sábado, 12 de março de 2011

Podes crer, amizade: Pirenópolis, com muvuca e tudo, é a maior paz e amor

Por Eduardo Balduino - @eduardobadu

A receita para encontrar a paz em plena muvuca dos finais de semana de feriado em Pirenópolis começa na escolha das companhias de viagem. São suas opções: filhos, como eu o fiz no carnaval, ou namorada (o), amante, esposa (o) – reparou que amante não muda o gênero?


Depois, dia e hora de ir para a estrada, e a estrada. A melhor continua sendo a BR 060, BSB-Goiânia, com acesso a Piri em Abadiânia - GO. Dali em diante uma bela rodovia estadual cercada da mais bela natureza goiana.

                                                
O dia certo é sempre o segundo do feriado em curso. E de manhã, lá pelas 11 horas. Chão e céu de brigadeiro... Ainda tem o desvio perto de Alexânia, mas está tranquila a passagem.
É fundamental – como língua na receita de feijoada do poetinha Vinicius de Morais -, mas privilégio, se hospedar fora da cidade. No meu caso, fico no sítio de Maneco e Márcia (irmão e cunhada), a exatos 10 quilômetros do trevo, na estrada que vai para Corumbá de Goiás.

                                                   
E é ali no sítio que Pirenópolis se transforma em um estado de espírito.

Acordar bem cedo, quase antes do don Pedrito de la Mancha, Pedro Balduino Paranaíba, meu sobrinho-neto nascido em Barcelona.
                                        

E com ele ver o vale invadido pela neblina que me cobria na infância, em Goiânia, antes que o asfalto e os arranha-céus mudassem o clima de minha cidade natal.


Passa um pouquinho e lá vem a Berta, irmã de dom Pedrito e que também quer ser de La Mancha, pois também da Catalunha: doña Berta de La Mancha e sua mágica capacidade de olhar de soslaio para a câmara...

                                        
A magia desta nossa Pirenópolis é tão forte, que meus adolescentes gostam de ficar no sítio, num sem nada para fazer, só vendo o tempo passar, ora na piscina, ora comendo, ora brincando, ora só não fazendo nada mesmo.


Ora só olhando a Márcia cuidando de suas flores...

É claro que a gente também vai à cidade. Olhar a Rua do Lazer e visitar os amigos – visitas obrigatórias, pois prazerosas: Piri e Thais, esperando Benício, que merecem um parêntese.

                                                                
Piri, cujo apelido não tem nada a ver com Pirenópolis, é sobrinho de Márcia, minha cunhada e cuja família me acolheu e eu a eles todos, como... família. A mãe de Piri é tia Dita.
E Thais, é dessas artes do destino. Seu pai, Luiz Eduardo Teixeira, foi meu amigo de infância e adolescência em Goiânia. Estudamos muitos anos juntos. Amigos desses inseparáveis, no período em que a gente aprende a dar valor às amizades. O Ado nos deixou cedo.


Mas, um dia, eis que aparece Thais me dizendo: “você era amigo do meu pai, o Ado...”. Ela sabe também. O Piri também. E o Ado também. E eles agora estão esperando o Benício, mais um sobrinho-neto muito querido. Vocês devem conhecer esse sentimento que nos acomete numa situação dessas. Assim, não preciso me alongar, até porque me emociona até agora, quando escrevo.
Pirenópolis faz isso com a gente: emociona.



Evandro e Catarina são outro fruto do fantástico. Lá pelos idos de 70 e pouco, recebi, em minha casa em Brasília, um telefonema do Evandro, que eu nunca havia ouvido falar. Ele me disse que tinham me indicado para ajuda-los na sua mudança para Brasília, onde chegaram sem eira nem beira. Fui buscá-los na Rodoviária, arrumei local para ficarem e tudo o mais.
É só ir ao santuário ecológico Vaga-Fogo e tocar no meu nome que eles, os donos desse lugar fantástico, precursores da militância ecológica sustentável, vão contar essa história.

Piri e Thais são donos do Café Bangkok, de sanduíches fantásticos, comida genuinamente tailandesa – e que não serve café, para desespero do @RomoaldodeSouza, do Café & Conversa. Só que o Romoaldo não sai de lá: leva suas maquininhas e faz seu próprio – e magnífico – café.

E tem o restaurante Montserrat, do Juan, fotógrafo espanhol candango fundador do Pacotão, que também é parada obrigatória, pela excelência da cozinha... e pelo Juan.
E tem o Laerte Rimoli, que montou praça lá depois da Cruvinel. Tem a Pamela. Tem o Maurilinho Felix de Souza. O Wagner Gonçalves.  Muitos amigos, demais da conta...

                                           
E tem a muvuca, cuja organização tirou um pouco do ar caipira de Pirenópolis do tempo em que as Cavalhadas eram apresentadas quase que nas ruas da cidade e que a gente ia na casa de qualquer um dos Pompeu de Pina para comer alfinin. E que a gente ficava acampado na beira do rio Areias, dentro da cidade, e que q estrada para lá tinha um grande pedaço de terra...

Mas, podes crer, amizade: Pirenópolis é muita paz e amor. É um estado de espírito...

14 comentários:

  1. Poxa,esse Baduzim conhece meio mundo de Brasília e adjacências. Compreenda-se por adjacências, Pirenópolis, Goiânia e também Salvador, Bahia.

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  2. Assim,dá vontade de ir.. bjs. Léo

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  3. Vixe, deu uma saudade de Piri. Vontade de tomar banho na Cachoeira do Abade. Piri é pura emoção.

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  4. Pirenopolis faz isso mesmo com a gente, emociona. E me emocionaram também seu texto e suas fotos, Baduzinho! Me encheram de saudades de (ou melhor, dessa) Pirenópolis, de família e desse estado de espírito! Beijos, Lu

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  5. Nuooosssaaaa Badu! Não pude deixar de lembrar de quando fomos juntos a Piri com o pessoal da Oficina. Nem sei se você lembra. Foi nessa onda de Cavalhadas na rua e a gente acampado na beira do rio... Eram bons aqueles tempos e são bons esses novos também. Amei e me emocionei.

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  6. Gostei do texto e é assim mesmo que Pirinopolis é.
    don Pedrito de la mancha

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  7. oi BADUZINHO.
    BERTA

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  8. Lemos tudo em família e as crianças gostaram tanto que, como você pode ver, todos quiseram postar seus próprios comentários.
    Emocionante é ter alguém na família que consegue colocar em palavras esse sentimento comum a todos de paz e amor que temos por essa família e por essa cidade. Beijos. Jô

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  9. Vou pra Pirenópolis.....depois de ler o post do fofo Baduzin fique com muito mais vontade de me largar por lá um finde. Parabéns!!
    Penha Saviatto

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  10. Adoro Pirinópolis, adoro as cidades pequenas e aconchegantes.
    O povo simples e aquela comida com cheiro de casa de fazenda...
    Baduzin, vc é uma pessoa e tanto!

    Feliz de quem te lê e tem vc como amigo.

    abraços

    Taís Morais

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  11. Parabens! Você captou a beleza do simples.
    Beijos
    Marcia cunhada

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  12. Feliz daquele que um dia pôde sentir no ar a calmaria desta Pirenópolis descrita por ti.

    Rafael Corrêa - amigo dos Balduíno (assim me considero)

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