por Clara Favilla
fotos de Fernando Abranches
Fico sabendo, via twitter, que o querido Sérgio (@abranches) acaba de comer um arroz-doce daqueles! Receita secretíssima da cozinha de Brejo Novo, a reserva natural que ele e querida Mirinha
(@miriamleitaocom ) cuidam com desvelo, no município de Santos Dumont, Minas Gerais. O amor pelo arroz-doce é o segundo ponto comum entre nós. O primeiro, óbvio, é o amor pela Mirinha.
Olha a fumacinha! Tem comida gostosa saindo dese rancho! |
A maioria das pessoas acha arroz-doce um prato trivial, fácil de fazer. Ledo engano. Não há nada fácil de fazer em se tratando de arroz, mesmo o mais comum deles, aquele que acompanha o feijão nosso de cada dia. Em Minas, então, arroz é prato levado a sério! E o mais delicioso deles, acompanhando uma carne de panela , eu comi em Araxá, há uns 20 anos. Sim, a terra de Dona Beja, feito em panelinha de pedra, em porções individuais. E o restaurante era desses chiques de tanta simplicidade e delicadeza.
Brejo Novo fez levantamento dos pássaros que moram lá |
Mas voltemos ao arroz -doce. O mais delicioso da minha vida inteira era feito pela Vó Quinha que nem minha avó era, mas bisavó de meus primos. Essa senhora criou os filhos e depois duas netas órfãs de mãe cuidando de uma pequena pensão para estudantes em Ouro Fino, Sul de Minas, cidade onde nasci. Depois que as netas se formaram professoras, (uma delas se casou com o irmão mais velho de minha mãe), Vó Quinha passou a viver de quitutes e dos maravilhosos crochês que fazia.
Já bem mais velha, passou a viver com a família da neta Gracy, minha tia, que enviuvara com seis filhos o mais velho de dez anos e o mais novo de apenas dois meses. Foi, então, que conheci a brabeza e as delícias da inesquecível Vó Quinha, dona de uma receita inimitável de arroz-doce cremoso, sem acréscimos de creme-de-leite ou leite condensado, produtos ainda inexistentes nas prateleiras dos armazéns de secos&molhados da minha infância.
Tínhamos, cada criança, direito a dois pires. Isso mesmo: dois pires rasos de arroz-doce. Um ainda morno, recém saído da panela e outro já frio, sempre salpicado de canela. Gente, a espera pelo segundo pires era torturante!!! Mas Vó Quinha só os liberavava depois que estivéssemos de banho tomado e jantado a sopa cheia de verduras. Apostávamos entre os primos quem mais demorava para saborear tão divina e preciosa delícia...
Bucolismo que faz bem à alma |
O segundo arroz-doce mais gostoso da minha vida também comi faz tempo. Num bar de Curvelo (MG), por coincidência a cidade natal do Sérgio Abranches. Mas essa é outra história que já contei no meu blog pessoal O mundo é plano ( http://clarafavilla.blogspot.com ).
Agora meu coração se prepara para, espero em breve, degustar a receita secreta do arroz-doce de Brejo Novo, que tem por característica um retrogosto cítrico (raspinhas de casca de limão?). A conferir.
PS. Infelizmente não encontrei nenhuma foto do arroz-doce de Brejo Novo feita por @fabranches.
Esse post foi a tortura dos diabéticos. Lembrei-me do arroz-doce da minha avó Mely. Era feito como em sua família.
ResponderExcluirComo mineiro mesmo seu bobo, porém ha 35 anos em MT, não esqueço o maravilhoso arroz-doce. Diabético que "estou" mais vez ou outra faço o meu, e como, quentinho, morninho, frio, gelado e congelado. É uma extravagância eu sei, mais não serei modesto, minha receita é uma delicia.
ResponderExcluirwww.bomdiamatogrosso.com
Sigo a @mirianleitãocom que nem sabe que eu existo. Linkei pra este blog de alguém que acabo de virar fã. Viagei virtualmente pra MT com um Sr Adalberto pra saber a delícia de receite de algo que tbem adoro: Arroz Doce. A net é maravilhosamente surpreendente. Senhores, Muito Prazer!!!
ResponderExcluirFiquei emocionado ao encontrar minhas fotos ilustrando seu texto tão gostodo quanto o arroz-doce de lá. Ainda falta você conhecer o carreteiro que faço, com a sobra das carnes de um excelente churrasco feito pelo Sérgio Abranches.
ResponderExcluirBjs!