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segunda-feira, 13 de junho de 2011

Branca e radiante lá vem a noiva...

Capítulo II,  buquê de margaridas

por Clara Favilla e Ângela Coronel

Bem, meu último post, a partir das fotos do primeiro casamento de minha amiga Ângela Coronel, deu o que falar aqui mesmo (vejam comentários), no Twitter e no Facebook.  Bem, há os que acreditam em festas do tipo contos-de-fada, mesmo que noivos e respectivas famílias acabem quase se  matando na organização. E a noiva chegue à Igreja ou à recepção à beira de uma ataque de nervos.  mas como se diz, mais vale um gosto, mesmo acompanhado de desgostos, do que dinheiro no bolso.


Vista do Rio, a partir da varanda do Clube Piraque, na Lagoa. O mais chique é a paisagem... 

E há os que acreditam que estamos nos perdendo em esbanjamentos nos dias de hoje. Faço parte dessa segunda turma. Principalmente porque não tenho como fazer festas que não sejam apostando no aconchego da minha casa, na boa bebida e comida. Caso minha filha resolva oficializar  um relacionamento, nem eu ou os pais dela (sim, ela tem dois - achava estranho isso - mas ela acabou achando outros dois por conta própria. Um na Inglaterra e  outro na Bélgica). Então são quatro, agora.

Bem, se todos eles se cotizassem para dar a Bebel uma festa de milhares de reais, dólares ou euros,  certamente ela,  mesmo com todo romantismo que lhe é peculiar, também seria bastante pragmática. Aplicaria o dinheiro em uma festa linda e simples, de forma que sobrasse bastante para comprar  meia dúzia de flautas e fagotes de épocas e luthiers diferentes

 Bem, mas vamos ler, o que a querida Ângela tem a dizer sobre o próprio casamento. Vale a pena:

Clara querida,
Só hoje li o post.Me deu vontade de contar mais um pedacinho do casório. Foi no Clube Piraquê, pela manhã. Um vizinho me deu carona pra chegar lá. Os parentes foram antes. Quando percebi que estava na hora de ir, vi que não tinha grana pro taxi. 

No meio do caminho me dei conta de que também não tinha pensado no buquê. Paramos no primeiro florista do Leblon, onde ganhei, do vizinho, um maço de margaridas, que a vendedora fez a gentileza de envolver em....papel de alumíno!!! Lá fui eu, feliz da vida, encontrar meu noivo e os amigos que se dispuseram a acordar mais cedo(era mais barato o aluguel do salão). 

A festa foi de uma alegria só, cheia de amores e gargalhadas. Não teve lista de presentes (alguns chegaram com uma lembrança nas mãos),  nem convite.Só um aviso (no quadro que ficava no cafezinho da redação) para os amigos.Os parentes foram na base do boca-a-boca. Consegui conversar com cada um dos que foram, receber beijos e abraços. E, por incrível que pareça, apareceu até uma freirinha, da família do ex, que ,precariamente, com uma oração, abençoou as alianças. 

Acho que acabei influenciando as mulheres da família. Não houve uma sequer que tenha casado com pompa e circunstância. Uma optou por simplesmente se mudar para outra casa;outra fez uma feijoada regada a roda de chorinho, outra casou com um traje chinês original, que eu tinha acabado de trazer da China. E por aí foi. São todas mulheres independentes que hoje, separadas ou juntas com seus pares originais, levam a vida com prazer. 

Obrigada, Clara, por me fazer lembrar de tanta coisa. 
Angela Coronel

domingo, 12 de junho de 2011

Branca e radiante lá vem a noiva de mini-saia...

Minha amiga, Angela Coronel casou-se, pela primeira vez, aos 21 anos. Olhando assim é uma noiva bem normal, não é mesmo? Apenas substituiu o véu por um chapéu.
Vocês tem ido a algum casameno ultimamente? Eu tenho. E vejo que noivos e pais dos noivos gastam o que tem o que não tem  numa recepção para ninguém botar defeito. Tudo bom, tudo muito bonito. Mas será que vale a pena, principalmente em uma época que casamentos desmancham-se como nuvens?

Aqui um espantoso recato.
 E tem aquela coisa do protocolo. Depois da cerimônia, os fotógrafos sequestram os noivos para mil poses  enquanto os convidados ficam lá a ver navios... As festas estão suntuosas demais e parecidas demais.

A moça passa o dia todo se aprontando. E, agora, o moço também. Um amiguinho meu disse que ficou tão atônito com os serviços prestados que até deixou que lhe fizessem a sobrancelha e depilassem o tórax. Passou a lua-de-mel rindo de si mesmo.

Mas aqui vemos que é uma noiva nada convencional. Não se casou na Igreja, só no civil e de mini-saia.

Os jovens estão caretas demais para nós que nos casamos na década de 70. Casamentos na Igreja, então, eram verdadeiros sacrifícios para atendermos a vontade dos pais e avós. E quando cedíamos, tratávamos de nos vestir o mais simples possível. Uma amiga minha casou-se de vermelho. É bem verdade que só no civil.

Outra amiga, comprou um vestido branco desses de se usar no Ano-Novo e se casou, na Igreja, de sandália rasteirinha. e estava linda. Também me casei na igreja e de branco. Mas eu mesma comprei com minha mãe os tecidos: organza e renda. O único enfeite era um caminho de pequenos botões na abertura das costas. Nada de véu e grinalda. Só algumas flores nos cabelos.

Nada de frusfrus e ela está linda!

No meu casamento, meu irmão foi o DJ. A festa foi  no próprio apartamento onde eu morava com minha família. E dançamos até de madrugada.

Quando eu vejo minhas jovens amigas gastando pequenas fortunas com bufê, cerimonial, flores, vestido, salões de festa, realmente não me conformo. Sim, é bonito. Mas do outro jeito também era. É um dia especial. Sim, é. Mas tá tudo muito boliudiano demais. É  preciso  mesmo que os noivos desçam ao salão de festas num elevador faiscante?

A madrinha foi Marisa Raja Gabaglia, colega de Ângela em O Globo, Rio

As festas de casamentos estão cheias de efeitos especiais. E a maioria deles bastante bregas. Nosso jeito de casar,  nas décadas de 70 e 80 combinava com nosso jeito de ser e de encarar nossa vida, o futuro. Hoje as festas estão todas parecidas sejam os noivos de classe média, média alta ou rica. Tudo assim meio Revista Caras.

 Fui a  um casamento que cantores e bandas se alternavam. Foi servido coquetel, jantar, mesas de sobremesas, novamente café e doces e quem varou a madrugada saiu de café da manhã tomado. Vivemos tempos de exageros.
Marisa arrasou nesse mini vestido!
Precisamos repensar o custo benefício desssas festas, inclusive seus imactos sobre o meio ambiente. Não acredito em casas  acima de 300 metros quadrados ecologicamente corretas. Por mais que  se diga que o aquecimento é solar, que a madeira é reciclada e sei lá mais o quê. Preservar espaços vazios de construções também deveria ser nosso lema.

Entendo que casamentos não deveriam custar nem a entrada de uma apartamento, quanto mais um apartamento inteiro ou vários. Minha avó diria que gastos assim são desperdícios. Um verdadeiro pecado. Mas há uma luz no fim do túnel. Comprei uma revista de decoração semana passada que vinha com um artigo bem interessante: o chique é  cerimônia e festa em casa, na presença da família e dos amigos mais chegados. Viva!!!