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terça-feira, 1 de março de 2011

Meu inglês too short não me impediu de sentir a emoção vibrando no Discurso do Rei Colin Firth

 Volta pro meu sofá, seu lindo!!
Por Ruth Simões

Adoro cinema, mas não sou muito ligada nessas festas do Oscar. Acho aquilo tudo tão pasteurizado! Coisa de americano, como o queijo dos sanduíches McDonalds, a comida semipronta, as pessoas tão parecidas mas tão isoladas em seus mundos. Isso é como vejo, à distância. Não conheço os Estados Unidos. No meu tempo (de adolescente), era chique dizer "ah, eu detesto coisa de americano"... E, assim, cheguei até aqui imune ao sonho e ao fascínio da América do Norte. E falando (sem falar) um inglês "short" rs. Mas short curto mesmo, rs. Disso me arrependo!


 Não precisa rezar, já tô chegando!!!


Mas não é dos americanos nem do Oscar que quero falar. Não tenho conhecimento técnico para isso. Quero falar de sentimento. Ou melhor, quero falar da manifestação do sentimento. Quero falar, principalmente, do que não se diz. Acabada a premiação do Oscar, li no Twitter comentários de pessoas se queixando de que houve pouca emoção na festa. E eu, que sou crítica ferrenha da demonstração superficial de sentimentos norte-americana, discordei.

 Que mãos!!!
Tudo bem que os autores das manifestações sentimentais de que falo não nasceram nos Estados Unidos da América. Colin Firth nasceu na Inglaterra e Natalie Portman em Israel. A premiação de nenhum deles surpreendeu. Eram favoritos. No palco, ambos disseram poucas palavras. Mas foram, na minha opinião, eloquentes em cada silêncio; em cada olhar; em cada palavra não dita. Senti a emoção de Colin Firth no seu jeito britânico de se conter. E senti a emoção de Natalie Portman em cada agradecimento. A carreira vitoriosa de uma atriz tão jovem envolve muitos participantes. E ela fez questão de lembrar cada um deles.

Gosto de Colin Firth desde "O Diário de Bridget Jones". Outro dia (já um pouquinho distante) assisti num canal de tevê a cabo alguns capítulos da minissérie inglesa "Orgulho e Preconceito" - acho que foi um de seus primeiros papéis - e também gostei. Gosto dele como ator. Gosto do jeito "Colin Firth" de ser. Gosto de pessoas que não são explícitas. Gosto de quem apenas sugere, sem dizer. Gosto de quem deixa um pouco da interpretação a cargo da inteligência do outro. Se tudo for dito, o que sobra para o interlocutor? Conformar-se com o óbvio. 

 Vou te esconder da Penha Saviatto, meu gato!!
De Natalie Portman, acho que é uma mulher assombrosamente bela e uma atriz genial. Gosto dela desde sempre e mais a partir de "Closer - Perto Demais". Vejo que ela vai além, muito além, da beleza óbvia. Gosto de quem vai além da aparência e mergulha na essência. Gosto de quem se entrega ao que faz e ao que vive. Ela poderia ser, simplesmente, uma das mulheres mais lindas do mundo. Porque isso ela já é. Mas não se contentou. Quis superar seu próprio limite, quis ser a melhor atriz que podia ser. E foi. 

Adorei o resultado! Gosto quando a vida responde, na mesma proporção, ao empenho das pessoas. Gosto quando o esforço alcança sucesso correspondente. Gosto de pensar que, na vida, é sempre assim! Vence quem se dedica... Mais... E mais... 


PS. O "inglês short" não é de minha autoria. A palavra foi usada pela primeira vez por uma ex-primeira-dama. Quem se lembra disso?