sábado, 5 de março de 2011

O Grão Contemporâneo nos "expulsou", mas fomos celebrar a amizade no Martinica, velho conhecido de guerras...

Por Clara Favilla

Eu continuo garimpando tesouros no twitter. E o último achado ou reachado, já que trabalhamos juntos na década de 80, aqui  em Brasília, foi o Cesar Valente, jornalista, professor universitário, ilustrador, colunista, blogueiro e mais um tanto de coisas. Ah sim! marido da Lúcia, pai do Pedro, do André e da Marta, avô de dois netos.

Quero falar de uma coisa
Adivinha onde ela anda
Bem, nosso dialogo via twitter começou  quando a querida Carmensita Corso me convidou para o lançamento do livro dele, "De olho na capital", no Martinica Café, no ano passado. Acabei não indo, mas o adicionei a minha lista de seguidos. Engraçado ou triste é que o Cesar não se lembrava de mim, mas se lembrava muito bem do meu ex-marido e de um outro meu ex que não chegou a ser marido. Trabalhou diretamente com os dois aqui em Brasília.

Deve estar dentro do peito
Ou caminha pelo ar

Nosso relacionamento virtual progrediu quando ele passou mais de dois meses na Escócia, para acompanhar o nascimento do segundo neto, filhinho da Marta. Viajou acompanhado da sua Lúcia e de lá mandou relatos interessantes de suas peripécias pelas Highlands, como o encontro reservado com o monstro do Lago Ness que, óbvio, não é lenda... e  até escreveu para o este Blog, para o qual espero que continue contribuindo.

A conjuntura dos astros favoreceu e dias depois de retornarem ao Brasil, Cesar e Lúcia  vieram à Brasília para o aniversário do netinho mais velho. Infelizmente já retornam à Florianópolis neste domingo (06/03). Com tão poucos dias por aqui e com tantos compromissos familiares foi uma luta para nós, eu e Carmensita,  convencê-lo para um bate-papo mínimo que fosse, regado a suco ou café, já que almoço ou jantar  estava fora de cogitação.


Pode estar aqui do lado
Bem mais perto que pensamos
Devidamente liberado pela Lúcia, mergulhada em seus afetos brasilienses, marcamos de nos encontrar no início da noite de ontem, sexta-feira, no Grão Contemporâneo, na 103 Norte.  A Carmensita frequentou bastante o lugar no ano passado e eu não o conhecia. Cesar, repórter 24 horas, pesquisou sobre o Café na internet e nos avisou que as opiniões registradas pela clientela estava mais para o mal do que para o bem. Mesmo assim resolvemos arriscar.

Fui a primeira a chegar. Logo que me sentei, uma das atendentes me entregou o cardápio e avisou que a máquina de cartão crédito/débito estava fora do ar e que eles não aceitavam cheques. Abri minha bolsa e contei exatos R$ 23 reais. Avisei, então, que estava esperando por dois amigos e que decidiria o que fazer quando chegassem.

Chuva forte. Amigos atrasados. Uma segunda atendente, mais parecendo chefe, veio e explicou novamente que  pagamento só em dinheiro. Eu disse que estranhava o fato de não aceitarem cheque em uma situação especial como aquela. Como resposta ela recolheu o cardápio da mesa.

Carmensita foi a segunda a chegar. Avisada, certificou-se que tinha cem reais na bolsa. Mas quando o Cesar chegou, a situação complicou-se. Ele trazia nos bolsos apenas um real e algumas moedinhas fajutas. Se decidíssemos comer e beber um vinho, certamente o que tínhamos  seria insuficiente. Avisamos que estávamos indo embora e os atendentes, mesmo com o estabelecimento quase completamente vazio, nos deram tiauzinhos sorridentes. Inacreditável! Estávamos sendo dispensados como clientes e assim no maior descaso, sem nem um pedido de desculpas.

A folha da juventude
É o nome certo desse amor
Rumamos então para o Martinica, perto, velho conhecido de guerras. Lá o atendimento sempre é caliente e nos sentimos em casa. Minha panqueca cremosa de bacalhau não estava essa coisa toda, mas só o fato de nos sentirmos bem vindos nos aqueceu o coração. Claro que o vinho tinto, próprio para a noite friorenta por causa da chuva, contribuiu para o aquecimento do corpo e da alma.

Foram  quase quatros horas de muita conversa. Cesar é um humorista nato. Fala as coisas mais intrigantes e estapafúrdias com a cara mais séria desse mundo. Como não se estatelar de rir?  Ganhei o 'De olho na capital'  (não,não é de olho em Brasília, é de olho em Florianópolis) , uma seleta de colunas que publicou, a partir de 2005 no Diarinho (Diário do Litoral), com dedicatória. E ainda pedi um segundo exemplar (Que cara de pau!)  para o amigo Ricardo @kassatti. Termino este post que se alonga em demasia, já com muitas saudades desse amigo 'manezinho da Ilha'. A Carmensita mora ali mesmo, no Lago Norte e já nos prometemos encontros mais frequentes.

PS. Nas legendas das fotos, a primeira estrofe de 'Coração de Estudante', Milton Nascimento.

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