quarta-feira, 2 de março de 2011

A gente fica dodói porque tá tristinha ou fica tristinha porque tá dodói...

Por Clara Favilla

Tem dias que a gente acorda com o dilema daquela bolacha famosa: não sabe se tá dodói porque está triste ou se está triste porque está dodói. Nada  nos consola. Nem caminha quente. Nem chuva fininha lá fora. O corpo pesa, a cabeça lateja e o coração espremido tá num toque-toque sem  ritmo.

Você acorda um bagaço só e a única coisa que quer é morrer por uns dois dias. Apagar. Mas aí se lembra que tem promessa feita com amigos queridos, não só no sábado, mas também no domingo. E promessa  feita pra amigo é coisa séria. Então, nada nos resta a não ser levantar e sacudir o corpo.

- Sacode esse corpo menina, dizia minha avó pra nos tirar da pasmaceira. Sequer  passava-lhe pela cabeça  que, no futuro, a neta frequentaria  muitas sessões de terapia, principalmente em grupo, que começam exatamente assim: sacudindo-se o corpo. Só mandando embora a inércia que nos aniquila é que podemos pensar direito na vida.

E,  a primeira providência é uma xícara bem grande café e um sanduíche reforçado porque lá vem um analgésico daqueles, mais um anti-inflamatório.O Kit perfeito para nos colocar em pé. Depois é só esperar o efeito, de preferência olhando para as orquídeas brancas e amarelas que acabaram de florir no seu jardim de verdade, como o meu, ou imaginário, se for o caso.

E foi assim que consegui cumprir a promessa para dois amigos queridos. Fazer um macarrão à carbonara para a  Regina, no sábado. E uma bela macarronada, daquelas bem tradicionais pro querido Eduardo Badu, no domingo.



O segredo de um prato é fazê-lo com o coração e... os melhores ingredientes disponíveis. E aposto que vocês já perceberam que a maioria das pastas são feitas a partir do que se tem em casa. Foi assim que elas nasceram e continuam sendo feitas na Itália.



O carbonara nada mais é que toicinho (bacon para ser mais chique), alho,pimenta do reino, queijo ralado e ovos batidos cozidos no próprio calor da massa cozida, depois de escorrida a água. Na Inglaterra, meus amigos misturavam ao bacon já frito, um pouco de creme de leite. Prefiro assim. Há quem faça com presunto.



O bacon deve ser frito numa frigideira bem quente apenas molhada de azeite. Tem que ficar no ponto crocante, mas não seco. Escolha um pedaço que tenha bastante carne e dispense a manta de gordura, mesmo se pouca. Frite o alho no próprio bacon quando ele estiver quase no ponto. Depois é só misturar o creme de leite e desligar o fogo antes de ferver.


Deixe a mistura de bacon e creme de leite reservada e, na própria vasilha que for servir o macarrão, bata de três a quatro ovos inteiros, acrescente depois o queijo ralado. Pelo menos cem gramas para 500 gramas de pasta.

Cozido e escorrido, coloque o macarrão por cima dos ovos batidos com queijo e misture bem. Por último, o molho de bacon e creme de leite, pimenta do reino e sirva imediatamente. Só é bom bem quentinho.


O melhor de se cozinha é a participação dos amigos. Na foto de cima apareço com a Regina, a dona da casa que, quando em Roma e Florença em novembro passado, experimentou o macarrão à carbonara em pelo menos dez restaurantes diferentes. Cada um deles apresentava um toque especial. Na foto abaixo, e nosso amigo Weler e a filha Gabi. Não aparecem nas fotos, nem o Lilico, marido da Rê, e nem a Sandrinha, esposa do Weler. Também não aparece o lindinho do Mateus, que adorou, comeu tudo e repetiu.

PS. Este post já ficou grande demais. A receita da macarronada que fiz pro amigo Badu fica para um próximo. Até lá!

3 comentários:

  1. Espero que nem doente nem tristinha e sim se divertindo muito com os amigos lá na reunião da Penha.
    Ui, Carbonara...muito bom.
    Abs

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  2. Clarinha,

    Foi uma honra ter você como companhia na Itália e também na minha casinha cozinhando! Amo muito você, vice!

    Bjs.

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  3. Esse macarrão deve ser bom demais! A cozinheira, que já conheço bem, faz o prato com o mesmo amor, capricho e talento com que escreve. Portanto, é provar e se acabar!!!! Eu quero, eu quero!!! Beijo, Clarinha!

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