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segunda-feira, 20 de junho de 2011

Aposte sempre em caminhadas, cinema e boas leituras

por Cris Lopes

De uns três anos para cá, doenças e doencinhas resolveram me pegar depois de anos e anos de muita saúde. De vez em quando desanimo, então durmo. Acordo novamente com força e otimismo para enfrentar tudo de novo.

As caminhadas que faço pela cidade tornaram-me uma observadora de mão cheia. Na trilha Cláudio Coutinho me distraio com micos, pássaros lindos e raros; e ainda me enterneço com o mar bem ali abaixo.

Saiba mais sobre trilhas no Rio: http://migre.me/55G6F
                        
Depois da caminhada sempre paro um pouco para descansar e observar barco pesqueiro, mergulhador chegando com a captura de um polvo, algum mico pulando de galho em galho. Penso muito em como preciso de pouca coisa para me sentir feliz. Se meu marido estiver comigo, sou mais feliz ainda naquele momento. Quando o neto está, nem consigo descrever a emoção que sinto.

Além desses passeios, vou ao cinema e tenho lido muito.  Já contei aqui minha disposição de ler todos os livros de  Luiz Alfredo Garcia-Roza.  Também estou lendo Nove Noites, do Bernardo Carvalho.


O mar visto da Pista Cláudio Coutinho

Bom,  gente, o inverno chegando com força, o calor sumiu e hoje não choveu. Já não é um motivo para se sentir feliz? Olhem bem o céu azul cobalto do entardecer, o por do sol e a vista maravilhosa. Neste horário os pássaros se recolhem, passam em frente ao meu apartamento.

Adoro os periquitos barulhentos, as gaivotas, os patos, mas detesto quando estou na rua e tenho que passar pela cachorrada. Ops, ainda bem que o carioca aprendeu a recolher o cocô do cachorro e não precisamos mais ter asas nos pés.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Boteco Colarinho, em Botafogo, tudo de bom até pra quem não bebe...

Por Cris Lopes

Sabem aquele domingo nublado, chato e que você não programou nada para fazer? Pois é, estava assim o meu dia, eu já pensando em ler, ir ao cinema, quando me telefonou um amigo muito especial. Sérgio Pereira, morador de Brasília, amigo de tantos anos que nem sei quantos.

O Colarinho fica em Botafogo, bem pertinho do metrô, pra não ter desculpa de lei seca

Pois é, Sérgio estava no Rio e combinamos um almoço gostoso que virou tarde maravilhosa. Trata-se  de um velho conhecido de meus amigos jornalistas. Já foi assessor de imprensa do Ministério da Fazenda. Apesar dele andar de vez em quando por Botafogo resolvi apresentá-lo à praça Nélson Mandela e foi ali ao lado, na rua do mesmo nome que almoçamos no Colarinho.

Próxima meta do Colarinho: virar lan house. Internet para todos.
 Gente, que delícia. De cara uma entrada especial: o bolinho Toca do Matuto, feito de berinjela com recheio de carne seca. Como o amigo é dos meus e curte uma boa empada, partimos pra cima delas antes de almoçarmos.

"O Boteco Colarinho, inaugurado no segundo semestre de 2010, é mais um bar do Rio de Janeiro que incentiva o movimento das cervejas artesanais. Ganha o consumidor, que não fica mais preso a mesmice de sempre e tem a oportunidade de conhecer rótulos novos. Ganha também os cervejeiros, que encontram apoio para continuar com a produção. Fonte: Circuito de Botecos

Bio no twitter: Um boteco diferente de todos que você já viu. O único com 9 chopps.

Oferece 40 rótulos de cervejas. Entre elas,  Bamberg, Falke, Colorado, Mistura Clássica, Urquell, Brooklyns, Backer, as Schneiders, Konig, Kostritzer, Super Bock....
 Como sempre, não bebi. Não gosto de álcool e nem posso beber. Marco foi de chopinho, Sérgio de caipirinha e eu de água mineral. Grande novidade! Gosto de misturar água com gás com água sem gás. Acho que  fica perfeito.



Empadas do Colarinho, deliciosas!
Almoçamos  e depois demos um pequeno passeio em direção ao Botafogo Praia Shopping. Não fomos pelo caminho habitual, demos voltas, pois estávamos passeando. Shopping, compras? Nada disso, café e sobremesa no Cafeína Café. Viu, Kassati, também freqüento cafeterias, só não tomo o espresso. Eu de tortinha diet e o resto no café.

Querido Sérgio, amamos estar com você. Um domingo de ressaca nas praias e nós bem longe da confusão da natureza curtindo um bom papo, a amizade e uma tarde pra lá de especial. Repita a dose antes de mais uma vez ir embora para longe

Charmoso café com projeto arquitetônico de Hélio Pellegrino, é um lugar ideal para lanchinhos, um café da manhã demorado com jornal do dia na mesa e até mesmo almoços light. No cardápio duas novidades: cheesecake e o rocambole de morango com cobertura de chocolate, ambos light. O projeto arquitetônico de Hélio Pellegrino, ao prever o uso de materiais de demolição,  como madeira e azulejos hidráulicos, deu um toque rústico e acolhedor ao ambiente. Você  tem quatro opções de Cafeína Café no Rio: Botafogo, Ipanema, Leblon e Copacabana.


Siga no twitter: @botecocolarinho

Fotos do Boteco Colarinho, exceto  primeira e  última, são daqui:
http://femalecarioca.blogspot.com/

sábado, 7 de maio de 2011

Só o céu de Brasília continua o mesmo!

Texto: Cris Lopes
Fotos: Clara Favilla

Depois de dias maravilhosos em Brasília, cá estou de volta à rotina no Rio . Aproveitei bem a capital, curti  muito a família e alguns amigos. Amei o churrasco na casa do Alexandre, que reuniu a família para a minha alegria. Conheci algumas pessoas do @Café&Veneno e me diverti  um bocado.


Fiquei pouco, mas foi ótimo passar uns dias na capital. Marco e eu precisávamos dessa viagem. Claro, os dois assaltos não foram legais, mas sobrevivemos muito bem e sem maiores danos. Primeiro, Marco e depois Amanda em frente ao Colégio La Salle. Queriam apenas celulares e isso é coisa fácil de repor.


Para mim, moradora do Rio foi um espanto, pois em Brasília nunca sofremos esse tipo de coisa. Gente, isso é um problema de todo o país, não é uma dificuldade localizada. Por isso não deixarei de viajar a todos os cantos. Fiquei triste por não ter podido me encontrar com a comadre Priscilla e não ter encontrado todos do @CaféVeneno.  Sérgio, não nos vimos em Brasília, mas sei que você está chegando ao Rio, conte comigo.

                                         
Cheguei com dia nublado, friozinho gostoso e ressaca no mar. Tudo típico desta época do ano e do jeito que gosto, mas aqui o frio não fica por muito tempo. Aposto que neste fim de semana teremos calor e sol. Eu disse aposto? Retiro: com tantas mudanças climáticas, não se aposta mais em nada disso.

Reencontrei minhas plantas mais bonitas do que as deixei e um dos vasinhos ainda me deu o prazer de algumas flores. As pimenteiras, lindas e o meu pau-brasil começou a galhar. Isso quer dizer que é mesmo bom deixar as plantas dentro de uma banheira com água. É bom dizer que o banheiro recebe a luz do sol: isso ajuda muito.



A vida volta à rotina. Ainda nesta semana retorno ao ortopedista para voltar aos exercícios com a minha fisio vascaína, que deve estar uma arara com a alegria flamenguista. Ai, meu Deus, vou sofrer dobrado. De resto, as coisas do dia a dia de qualquer dona de casa ocupada com mil afazeres e o prazer de estar em casa.

Sabem como é, o melhor de uma viagem, pelo menos para mim, é voltar para casa e comer a comidinha caseira da cozinheira de sempre. A primeira coisa que fiz ao entrar em casa? Correr para a sala, abrir a janela e namorar a vista. A segunda foi fazer o mesmo no banheiro da suíte para ver o Cristo Redentor. Um luxo, reconheço.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O Rio em azul ...

A flanar, sem lenço, sem documento... 
por Cris Lopes

 Uma ida inesperada ao Leblon ofereceu-me um belo passeio pelo bairro. Gosto dali. Quando vim de Salvador para o Rio, com um ano de idade, fui morar no Leblon, bem ali na João Lira. Apeguei-me tanto ao bairro que, anos depois, voltando ao Rio, fui morar na Gávea exatamente na rua onde termina o Leblon. 

Meu apartamento dava a frente para a rua Bartolomeu Mitre e a vista era para o Jóquei e a Lagoa. Não sei por que falei no passado. O apartamento ainda está lá, quem se mudou fui eu. O Leblon, de bairro pacato e familiar, passou a bairro chique, caríssimo e frequentado por celebridades e pessoas de alto poder aquisitivo, pois morar ali requer grana.

Bom, voltemos ao meu passeio. Depois de um sorvete bem gostoso e andanças pelas ruas do bairro, onde não resisti contemplar as lindas vitrines, um passeio pela orla. Que delícia, praia praticamente vazia, mar da cor de que eu gosto, ar puro e a vista majestosa do Morro Dois Irmãos. 

Para variar procurei um banquinho para sentar, fumar um cigarro (não me recriminem, por favor) e pensar na vida. Como é bom pensar diante do mar! Ideias vão surgindo, problemas ficam pequeninos e tudo fica azul. Depois de tantos pensares, dos miolos queimando, comecei a caminhar e fui longe,cheguei ao Arpoador, outro lugar bonito por natureza. 

Caminhando, começo a observar as árvores, as escolinhas de vôlei repletas de crianças e, claro, outras pessoas em volta. Umas passam pedalando, outras caminham quase correndo e algumas vão pela ciclovia de patins. Sim, patins. Coisa muito frequente por essas bandas. Eu lá, sem roupa especial, de bolsa e com resultados de exames médicos nas mãos. Ri disso. Destoava completamente.

Foi aí que me deu a louca. Peguei um ônibus para a direção oposta: Barra. Lá fui eu passear em outra orla, ver outras pessoas e curtir uma nova vista. Já morei na Barra e não gostei. Para tudo é preciso de carro, montão de novos ricos e lugares com nomes em inglês. 

 
No New York Center chegaram a colocar uma réplica da Estátua da Liberdade. Vejam só.!Mas o mar ali é lindo. Mar aberto enfeitado pelas ilhas Tijucas. Daí o nome: Barra da Tijuca. Nada a ver com o bairro Tijuca. Nem perto é. 




 Voltei para casa feliz. São assim os passeios de que gosto. Água de coco na orla, sorvete do Moraes no Leblon (agora só na carrocinha e aos domingos) e muita gente desconhecida ao redor. Cansou? Tenha sempre um livro na bolsa. Assim posso sentar em um dos bancos e ler ao ar livre. Mais simples e gostoso do que isso, impossível.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Um Rio de lágrimas...

por Cris Lopes

Acordei cedo. Assim que abri a cortina do quarto me empolguei com o sol brilhante. Foi abrir a porta e deparar com Carla correndo aos gritos. “D. Cristina, liga a televisão, liga a televisão  agora”. Pensei logo em tragédia. Quando Carla pede para ligar a TV, no mínimo da pena tem o Wagner Montes narrando alguma atrocidade.


                                                            
Sintonizei a Globo News. Nossa! falavam de uma tragédia na zona oeste, mais precisamente em Realengo. Interrompi tudo para ouvir a história do rapaz que entrou num colégio e saiu atirando. Matou 12 crianças, feriu 13.

Entre os mortos, o próprio assassino, que, diziam, levou um tiro na perna e depois se matou. Duvido. Levou foi um tiro mortal muito bem disparado. Num caso assim, que me desculpe a sociedade protetora dos assassinos, eu, se fosse policial, faria exatamente a mesma coisa. O mesmo tiro mortal.

O jovem, chamado Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, foi aluno da escola. Deixou uma carta  incompreensível, dizendo o que todo mundo já sabe, tal a repercussão do atentado no país e no planeta.

Saí para a minha caminhada que precede a fisioterapia do dia. Caminhando e pensando. Uma das crianças, ferida, pulou a janela e, salva por um amigo, foi correndo chamar a polícia. Um pequeno herói, aquele menino que saltou a janela. Qual é o nome dele? Quem é ele, que salvou outros colegas do massacre continuado? Ninguém sabe até agora e poucos falam nele. Garoto de coragem!

Como pode acontecer algo assim em um belíssimo dia de sol e luz, num país tropical abençoado por Deus e bonito por natureza? Por que? Lá vou eu. Sempre estou buscando o por quê da coisa. O que fazia o assassino? Onde morava? A irmã de criação apenas disse que ele era esquisito. Como assim? Esquisito?

Não encontrei resposta e lá fui rumo à Policlínica preparada para a minha tortura física particular. A psicológica eu já havia sofrido com o noticiário, o choro da Carla e os telefonemas para os parentes dela que moram por ali. Imediatamente  lembrei-me que tenho um neto de 12 anos, rapazinho que pega ônibus para ir ao colégio.

E se fosse com o meu neto? Com certeza, eu estaria com os sentimentos embaralhados. Tristeza inconsolável e ódio profundo. Sim, eu não estaria escrevendo sobre isso e muito menos lamentando até pela família do jovem Wellington. Sim, sempre penso na dor dos pais e irmãos de um assassino. Não devem sentir menos do que os pais que perderam os filhos.

Na fisio, enquanto esperava minha vez, o assunto não era outro. Tentei me concentrar no meu livro relaxante, mas ouvia coisas do tipo “a filha da fulana, recepcionista, estuda lá”. Fechei o livro e fiquei ouvindo as conversas entre fisios, enfermeiras e médicos, até que passou a recepcionista, uma bela negra de seus 35 anos, chorando e indo embora. Soube depois que a filha dela não estava entre as vítimas, mas pude sentir o desespero de muitas mães que saíram de seus trabalhos apavoradas em direção ao colégio onde uma barbaridade aconteceu.

 Voltei ao meu livro, a minha dor física e guardei comigo a tristeza de mais uma tragédia na cidade maravilhosa. Mesmo assim, decidi compartilhar com você, aqui, meus sentimentos e preparei este post da rua mesmo, antes de retornar à casa. Assim escrevi este meu primeiro post via Word no celular. Como se fosse emergência de jornal.

segunda-feira, 14 de março de 2011

O amor não é cego (o luxo e o lixo do Rio)

por Cris Lopes

Manhã sem luz. Olhando da minha janela, a nítida impressão que Niterói, as montanhas e o mar desapareceram. Faltava um pedaço da cidade. Cadê minha vista, aquela que tanto me anima ao acordar? Onde estão os barcos? Tudo completamente encoberto por nuvens espessas. Chovia fino. Frio? Nem pensar. Calor grudento, abafado. Pensei:  Ai,  meu Deus, com tantas coisas para fazer, inclusive a tal tintura dos cabelos, e um dia assim insosso.

Chuva: lágrimas na paisagem
                                                          
Comecei os afazeres domésticos, tomei um belo café da manhã e aos poucos as nuvens foram se afastando, o céu clareou, Niterói reapareceu e eu pude ver o MAC. A chuva também foi embora, mesmo que temporariamente. Estamos em março e as águas do mês foram até imortalizadas por Tom Jobim. “São as águas de março fechando o verão...”

Lá fui para a rua. Poucas pessoas poderão compreender o que me significa ir à rua sozinha e na hora que pretender.  Só me entenderia quem um dia passou pela loucura de uma síndrome do pânico vinda sem maiores explicações e que me deu trabalho para ir embora. Eu não tinha medo da rua. Morando no 12º andar, meu pavor vinha do elevador! Descer, tudo bem, mas subir... Até hoje, se puder, vou de escada. Mas, convenhamos, aqui em casa isso não é possível, exceto quando falta luz.

Gosto da rua porque amo caminhar olhando as pessoas. Cada uma se veste como quer e ninguém repara. Magrelas como eu de bermudinha, senhoras enormes de gordas caminhando com suas gorduras vestidas com roupas de magra, chapéus de todas as cores e modelos. Uma delícia olhar tudo isso.

E o visual? Baía de Guanabara com a água que engana. Olhando-a, é tão translúcida e linda que é capaz de enganar, como se sereia fosse, aos que não a conhecem. A limpidez da água na verdade é o disfarce de pura poluição e descaso. Desde 1993, quando comecei a me preocupar com a despoluição da Baía, só vejo programas e mais programas, dinheiro e mais dinheiro, e a Baía cada vez mais poluída.

Caminhei até a Urca. Na mureta que fica ao lado do Iate Clube, a sujeira impressiona. Todo lixo de barco que você puder imaginar está lá, jogado na grande poça. Quer dizer, a sujeira também vem de quem tem muito dinheiro. Se formos à UFRJ, a coisa ainda é pior, mas a universidade está despoluindo com êxito o seu pedaço. O lixo dos alunos vai de camisinhas a saquinhos de batatas fritas. Isso sem contar que já retiraram sofás e fogões lá de dentro.

Amigos, o que eu queria era dizer a vocês que nem tudo são flores nesta cidade maravilhosa. Quando chove muito empoça, a baía continua poluída e eu sempre amando tudo isto.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O pássaro azul nos liga a todos, nas alegrias e tristezas, em Brasília, Rio ou Sendai...

por Cris Lopes

O Pássaro azul tem uma força interessante. Informamos-nos, conhecemos pessoas, tuitamos com vizinhos que nem sabíamos que existiam, tudo assim, rapidinho, em tempo real. Jogou algo ali, despachou ao mundo. Pode ser a coisa mais séria que alguém jogou na rede, como a mais banal possível. Ótima ferramenta de comunicação! Por ele, observo as pessoas, comportamentos diferenciados dependendo das cidades onde moram, idéias políticas... - tudo muito interessante. Acompanhando a animada turma dos blogs Café&Conversa e Café&Veneno relembro como a vida em Brasília é diferente da vida carioca.

Do Rio, uma abraço do tamanho do mundo, em tempos de alegrias ou tristezas
                                                 
O carioca diz: “Aparece lá em casa!”, sem jamais lhe comunicar o endereço ou telefone, exceto se houver muita intimidade e amizade. Mas, aí, será que você precisará receber o endereço? Creiam, há quem responda: “Diga o dia, a hora e o endereço, pois quem aparece é fantasma.” Em Brasília o “aparece lá em casa” vem com telefone, endereço, e-mail, é para aparecer mesmo. 

Dizem os que não conhecem as magias da capital que a cidade é fria, não se vê gente, não se fazem amigos... Qual nada! Brasília é exatamente o oposto: fazemos amigos eternos, nos encontramos sempre, visitamo-nos um ao outro e até fazemos reuniões de pauta que viram excelentes festas em casa de amigos e colegas. Alguém duvida? Acho o máximo as reuniões do pessoal do blog. Pautam, se divertem e por vezes postam. Agora nem posso reclamar, a editora colocou o pessoal na linha e temos tido ótimos textos. Espero honrar a nova linha.

A Ruth Scaff, que alegou não escrever por não ser jornalista, confirmou aquilo sabíamos: desde quando é preciso ser jornalista para escrever gostoso, ainda mais se não precisa de diploma para ser jornalista? E desde quando qualquer jornalista escreve bem? Olha, Ruth, se ler esta postagem, fique sabendo que gosto muito do que você escreve muito bem, diga-se. E olha, gente, não estou puxando o saco (que ela não tem), nem a conheço pessoalmente.

Deixo claro que não tenho nada contra o comportamento carioca. Também não tenho o hábito de convidar pessoas que não conheço e que não fazem parte do meu dia a dia. Aliás, nem gosto de convidar. Quero que meus amigos cheguem espontaneamente. No máximo um telefonema dizendo: “Estou indo praí.” Assim é que convém. Você não se sente na obrigação de servir mil coisinhas, correr aqui e ali para buscar aquilo... Inventa na hora, pede uma pizza, compra cerveja, liga o som e faz a festa. Aliás, como eu poderia ter alguma coisa contra o povo desta cidade que amo tanto e escolhi para viver? 

E Brasília, onde fica? No mesmo lugar onde sempre esteve: no meu coração. Ali vive a minha família toda, meus amigos antigos e bons; e o mais importante: toda minha história de vida construída sob o céu mais lindo que conheço. Ali estão meus mortos. Lá tenho uma casa onde moram meus filhos, amores da minha vida. E a minha enteada que amo tanto como se a tivesse parido? Declaro, mais uma vez meu amor ao Planalto Central.

Eu poderia estar falando de carnaval. Afinal ele só acabará uma semana depois da data do calendário, mas já fiz isso, falei, falei e resolvi mudar de assunto. O resto está na mídia e todos conhecem as maravilhas desta cidade tão maravilhosa que até o Cristo ganhou um upgrade com luzes de led. Querem sabe mais? Amo o meu país e a multicultura. Porém, leiam bem, não desmereço nenhum outro que conheço. Quero é conhecer mais e mais, que tenho enormes desejos a serem cumpridos.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Acabou o nosso carnaval... Será? (Mais dicas para quem ama o Rio de Janeiro)

Por Cris Lopes

O carnaval passou pelo país inteiro, menos no Rio de Janeiro e na Bahia. Aqui, os cariocas têm festa garantida até o dia 13 quando enterramos os ossos. Passaram as escolas (ainda falta o desfile das campeãs, que é o melhor), os 465 blocos e muita alegria. Nada de brigas, tumultos. Alguns roubos de celulares, coisa pouca. Também, né? Qual a utilidade de um celular no bloco? Ora, é muito útil se tiver GPS. Ninguém conhece todas as ruas de cor. Eu mesma uso este recurso e mais alguns.

Meu senso de direção é zero. Bom, para quem não precisa de celular o lugar dele nesses dias é em casa. É importante ter pouca grana no bolso e carteira de identidade em cópia autenticada. É. Original em casa. Jamais saio sem a minha cópia, apesar de nunca ter sido roubada ou assaltada. Digo mais, nunca vi um assalto.

Fachada do Carioca da Gema, na Lapa
                                                      
Ah! probleminhas de prisões por causa de xixi na rua. Poucos banheiros para o número de pessoas. Quem estava perto da praia teve o mar como recurso e quem não estava...? As filas para os banheiros eram enormes. Sr. Prefeito, antes de mandar prender o pessoal, coloque mais banheiros. Diga-se, pelo número de prisões, que os cariocas e turistas até que se comportaram.

De qualquer forma a vida voltou a funcionar como deve. Eu, além de outros afazeres, volto ao ortopedista para exames e nova série de fisioterapia. Aí, sim, saberei se poderei viajar em maio como foi planejado. Aliás, a viagem era para abril, mas não vai dar. Amigas do Café & Conversa, me aguardem para um encontro bem legal.

                                                                
O melhor do feriado foi a vinda do filho Alexandre. Moço sério, mas divertido e curtidor dos blocos nas ruas do bairro. Já, já ele vai embora. É sempre assim. Um vem, outro vai e eu fico na saudade. Mãe é isso. Só muda mesmo o endereço.

Agora é esperar o verão acabar, outono chegar, dias mais frios e nem por isso menos alegres numa cidade onde diversão barata é coisa garantida. A sardinha continua no Amanda, o camarão no Rampa e o lombinho maravilhoso no 98. Isso sem esquecer o carneiro maravilhoso do restaurante Nova Capela, na Lapa. Querem samba de primeira e com a voz da grande Teresa Cristina? Corram, bem cedo, para a fila do Carioca da Gema, que lá não faz reserva.
No Carioca da Gema, música ao vivo das boas. Sempre!
                                                        
Agora, queridos, preciso parar e descansar. Estou na fase repouso para colocar o braço e a coluna no lugar. Sem drama, apenas tomando cuidado, porque injeção no nervo é coisa do demônio. A cabeça? Ah, está bem, por mais que um carnaval no Rio mexa conosco e deixe aquela enorme expectativa quanto ao próximo. O Rio é um tal de fazer carnaval e esperar pelo próximo num circuito sem fim.

quinta-feira, 3 de março de 2011

O Rio de Janeiro, fevereiro e março... Abram alas, que eu quero passar!

por Cris Lopes

Lá fui eu toda serelepe ao Leblon. O motivo da ida ao bairro das celebridades era um exame médico. Difícil foi chegar lá. Trânsito impossível, tudo engarrafado. Blocos e mais blocos nas ruas como é comum no carnaval. No Leblon, em frente ao centro médico, um bloco bem gostoso estava armando a concentração. Gente bonita não faltava. Batucada boa e pasmem choque de ordem funcionando na maior organização.

Camelôs ajudam quem não saiu de casa "arrumado" a se ajeitar na rua
                                                      
Vendedores de cervejas e refrigerantes uniformizados, credenciados e não se embolavam nas pessoas como sempre acontece. Seria perfeito se pudéssemos beber de alguma marca que não fosse a Boa (Antártica), a tal que patrocina o carnaval de rua. Pelo caminho camelôs conseguiam vencer a segurança e vendiam adereços carnavalescos. Homens cumprindo a lei e fazendo fila para os banheiros químicos, dezenas deles para homens e mulheres. Xixi na rua? Prisão na certa e o povo já aprendeu.

Marco e eu ficamos vendo o bloco, sacudindo-nos um pouco e depois resolvemos que pegaríamos um ônibus para casa, via Copacabana. Foi a nossa besteira. Mais de uma hora para atravessarmos Ipanema,. Mais blocos, e dos bons. Simpatia É Quase Amor se concentrando na General Osório, Bloco dos Mendigos e... muitos outros.

O bloco Simpatia quase amor na Vieira Souto
                                                      
Eu sou da turma que se amarra no Simpatia É Quase Amor. Hoje, já não me empolgo como antes. O bloco ficou imenso, com mais de 100 mil pessoas, mas tem a vantagem de passar pela orla de Ipanema; e nos propiciar um mergulho para aliviar o calor. Também sou do Barbas, do Bloco da Segunda, do 36 (aqui de Botafogo), da Banda de Espuma... desisti do Bola Preta. Fico tensa com aquele montão de gente imprensada entre prédios.

O Bola Preta que ficou imenso, no centro do Rio
                                                     
Passou meu tempo do Bola, do Suvaco do Cristo, mas nesta época, garanto, se passar uma batucada onde eu estiver, largo tudo, coloco a camiseta e vou embora, sambando cheia de alegria. É festa democrática. Canta-se, bebe-se, samba-se e conversa-se com todo mundo. Brigas? Nunca vi. O que vejo são jovens fantasiados, senhores e senhorinhas com rosas nos cabelos, camiseta do bloco e uma outra que como eu ainda se dá ao luxo de sair com a camisa do Pacotão. Sim, a camisa do Pacotão 2011, presente mais do que bem recebido. Tenho as de todos os anos, desde o início.

Camisa do Pacotão de Brasília (esquerda) também desfila no Rio
                                
Em tempo: dizem pela cidade que o Suvaco do Cristo é o bloco com maior concentração de gente bonita. Verdade, mas vi isso também na banda do Leblon. Para quem gosta de celebridades, lá estavam todas posando para os paparazzi. Ah, a Lei Seca também estava por lá, distribuindo folhetos entregues por cadeirantes a serviço do Detran. É o Rio, gente, carnaval. Esperem para ver mais.
Queridos, o Rio de Janeiro, fevereiro e março continua lindo e agora está organizado.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

De post em post, levo a vida a sorrir com (de) vocês... Gente eu quero mais!


Por Cris Lopes

Um calor infernal, mas aqui no 12º andar, onde moro, um vento gostoso, com cara de sudoeste, o que para nós significa muita chuva vinda do mar. Bom, enquanto a chuva não vem, ventilo a casa, abro portas, janelas e deixo as plantas balançarem ao vento. Quadros também balançam, mas tenho certeza que não cairão e no máximo terei que arrumá-los na parede. 

 Quem pode, pode! Vista da janela do quarto da autora deste post...

Ao vento... Gosto de ventos que não sejam muito mais do que brisas, brisas que me afagam o rosto, acariciam os cabelos e depois se retiram para beijar outras mulheres em outras esquinas da vida. Ventos que nos varrem a casa, rompem o mormaço, sacodem as coisas e reviram pessoas. Ora, direis, são pensares ociosos meus de uma tarde de verão... Certo, perder o senso não é coisa estranha ao caldeirão que frita bolinho asfalto, faz omelete na calçada, derrete catedrais...

Aproveitando o alívio dos 39º, sento-me ao computador e leio e-mails de amigos queridos. Um em especial me chamou atenção. É do querido amigo, Scartezini, o Scarta de muitas redações, com o link  do blog. Eu não havia visto o post, nem o meu, nem o do Cesar Valente. Impressionante a dinâmica deste nosso blog , mal se lê um post e lá vem outro e outro, nem dá tempo para assimilarmos o que lemos. Mesmo assim eu gosto, acompanho, divirto-me e ainda divulgo. Ah, como sorrio com alguns posts e comentários! Pessoas fantásticas escrevendo, contando as novidades, os sentimentos. Crônicas do bem. Bom humor é tônica do blog comandado por Clara Favilla, nossa editora-chefe.

E os tuites das reuniões de pauta? Almoços, jantares, espumantes e muita alegria sempre com a presença de um bom café da turma do Café&Conversa. Sim, acompanho as reuniões por tuiter, pois são feitas se realizam em Brasília, e moro no Rio e, olha, talvez eu me divirta mais lendo o que escrevem. São comentários hilários, felizes de uma turma que se curte muito. Um dia chego lá, deixa eu terminar coisas importantes aqui no Rio que dou pulinho na linda Brasília e me encontro com essa turma do barulho.

Brasília que me viu crescer e trouxe a amizade com vários de vocês, mais os filhos, com os quais veio o neto. Se Brasília não atravessasse o caminho dos meus pais, certamente eu não estaria aqui nesta convivência agradável entre posts. Por tudo isso e para não dizer que tudo são flores, deixo aqui um pequeno protesto, é impressão minha ou muita gente recebe a “pauta” e não posta? Gente, eu quero mais!

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quero sambar enquanto o choque de ordem não chegar, manual de sobrevivência

por Cris Lopes
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Sol de rachar. O que fazer no momento de folga de um dia assim? Pensamos, pensamos e caímos naquela de quase sempre. Pedra do Leme. Praia boa, barraca da Amanda, sardinha frita e sequinha, cerveja gelada e água de coco no ponto. Nada melhor. Se der sorte, ainda se pode encontrar uma mesa à sombra de uma das amendoeiras. O perigo ali é ser premiada com uma cagadinha de um dos pombos que vivem pela cidade nos importunando.
O visual é lindo. Dali se vê toda a orla de Copacabana, o mar azul que anda calminho e parece pronto a receber os que querem nadar. Em geral, as ondas não permitem a façanha. No Leme estamos livres das pranchas dos surfistas que lotam Ipanema, Leblon e a Praia do Diabo. É programa para bermudinha, blusinha frente-única, havaiana e, claro, chapéu, que a pele não é mais a mesma de anos atrás. Óculos, não dispenso. Não são uma questão de estética. São mesmo para enxergar. Fica o disfarce, escuros, mas multifocais. Ah, o biquíni sempre está sob a roupa, pelo menos da minha. Em geral as pessoas já ficam ali com essa peça indispensável, mais uma canga.

De brinde, conseguimos uma mesa sob a árvore e a presença da Marcinha, amiga pra lá de querida. Menina de Brasília que voltou para o Rio na certeza de aqui é o seu lugar. Barraca lotada, serviço demorado. Já me acostumei. Enquanto a água de coco demora, a cerveja chega rapidinha. Estou tentada a provar o bolinho de bacalhau e espero não me arrepender.

Conheço bem a sardinha e a corvina acompanhada de salada fresca.  A intenção é sempre ir à barraca, ficar umas duas horas e depois sair para comer alguma coisa. Nunca dá certo. Sempre acabamos ficando, ficando... ainda mais se for dia de música depois das seis da tarde.Foi-se o horário de verão de que tanto gosto. Por do sol mais cedo, os aplausos de sempre (aqui sempre se aplaude esse lindo momento). Aí, sim, o mergulho no mar para aliviar o calor.


Por aqui o carnaval começou. Blocos de rua, deliciosos, começam a desfilar pela cidade e o carioca fica feliz da vida com uma batucada. Quem não fica? Ainda mais se vier de bloco pequeno, de bairro.
Agora lá vem ele. Nem sei que bloco é, mas dou um até breve a vocês porque quero mesmo é seguir o samba pela rua e me esbaldar de tanto dançar e cantar. A folia tem hora para terminar, é preciso aproveitar. Afinal, aqui no Rio há o tal choque de ordem.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Pensando na peixada, mas caindo de boca numa feijoada enquanto o carnaval não chega ...

Por Cris Lopes 

Enquanto a turma do @CafeVeneno está se preparando para uma reunião de pauta regada à peixada  do querido Kassatti, aquela, que de tão boa faz o mulherio desmaiar de prazer, me preparo para enfrentar o calor com uma feijoada tipicamente carioca. Coisa de doido não é mesmo?

Acordei com uma vontade incrível de cair no feijão acompanhado de torresmo, couve fininha, laranja, batidinha de limão (que dispenso) e tudo o mais que o prato nos proporciona. Tudo isso, no Boteco 80 e numa mesa sob uma frondosa amendoeira. Depois dessa, possivelmente dormirei, mas não antes de dar uma tuitada e ouvir as novidades da reunião que as meninas de Brasília fazem hoje. Pelo menos dois homens estarão presentes e isso é muito bom para o clube das luluzinhas. Um dia lá estarei.

 
"Lhes contei: tenho fascinação por um dia de sol, mas não contei que amo as noites de lua e o dia da lua cheia está chegando."

Faz um sol maravilhoso e amigos já ligaram chamando para a praia, mas agora resolvi que não torro no sol como um peixe em frigideira, e mesmo embaixo da barraca e com o mar e chuveiros a disposição me sinto uma idiota. Gosto mesmo é de sair de casa por volta das cinco da tarde, ir para o Arpoador pegar um tiquinho de sol e depois passar parte da noite conversando com os amigos que sempre tomam o não tão bom espumante vendido na praia.

Lhes contei: tenho fascinação por um dia de sol, mas não contei que amo as noites de lua e o dia da lua cheia está chegando. Aí sim, gosto de sair para apreciá-la. Nada como uma ida ao Bracarense no Leblon, tomar um garotinho e comer petiscos.

Fora isso, já entro na euforia dos blocos de carnaval. São tantos, mas sempre vou aos mesmos: Bloco do Barbas, Simpatia é  Quase Amor (que ficou enorme e começa a perder a graça) e o Bloco da Segunda que sai pertinho de casa.  Só desisti do Bola Preta, porque tem gente demais em um espaço que me dá uma certa fobia.

Meus queridos, aproveitem a reunião, comam e desmaiem de prazer que eu vou tentar o mesmo com a minha feijoada regada à coca-zero.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Rio de Janeiro continua lindo!

Por Cris Lopes*

Caminhando em direção ao hospital para a fisioterapia de costume, começo a observar o dia, as pessoas, os pássaros. Não sou exatamente uma pessoa que ama o calor, mas não posso negar que um dia de sol me encanta. Sou capaz de passar horas olhando a paisagem, as gaivotas voando em círculos avisando que alguma chuva há de chegar, mesmo que seja pouca.

Fiz o tratamento de sempre e saí para caminhar. Depois de um longo percurso olhando todos os detalhes que rodeiam a pista de caminhada do Aterro, parei no Bar da Rampa. Delícia das delícias. Adoro essa liberdade de poder sentar sozinha em bar, lanchonete, balcão de bar... sem ser incomodada.

Nessas horas fico olhando o pessoal e imaginando quem está feliz, quem está triste, quem anda estressado... Sempre faço isso. Por vezes paro de observar as pessoas e tiro da bolsa um livro (sempre tenho algum comigo) e mergulho na leitura. No momento é um livrinho sem importância, daqueles que a gente compra para passar o tempo lendo algo agradável e que não exige nenhum esforço intelectual. No meu caso, é para ler durante as sessões de tortura consentida.

Hoje vi patos voando. É coisa corriqueira que tenho o privilégio de ver da janela de minha casa, mas perdi um certo tempo com eles. Acho interessante ver o líder do voo passar para trás e trocar de lugar com algum outro que por momentos será o comandante da jornada, até que outro o substitua.

Voltei às pessoas. Na mesa em frente um senhor finalizava seu almoço com um xícara de café. Era uma xícara, não a charmosa e viajada caneca do Café & Conversa. Esta, só mesmo as amigas Clara e Memélia levam para passeios maravilhosos e históricos. Clara, então, nos proporcionou uma bela viagem que começou em Haia e terminou na Itália. Ah, alguém (não me recordo do nome) levou a representante do Café & Conversa para uma visita à China.

Retornemos àquele senhor. Uns 60 anos, grisalho, aspecto solitário e olhar distante. Sim, ele olhava para a água especialmente azul da Baía de Guanabara, mas sou capaz de jurar que não via nada, tão absorto estava em seus pensamentos. Quais seriam? Por que tanta tristeza nele? Daí fui soltando a imaginação, vendo amores perdidos, trabalhos fracassados..., até chegar à solidão da ridiculamente chamada terceira idade. Estou com Ruth Simões, somos é vintage, como o vinho do Porto da melhor espécie.

Saí da viagem, voltei à Terra, pedi o almoço e mergulhei em pensamentos corriqueiros sem deixar de apreciar o mar, as montanhas, o céu e os pássaros.

* Cris Lopes é correspondente deste Blog no Rio de Janeiro