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quarta-feira, 25 de maio de 2011

Palocci precisa se explicar porque nós, simples contribuintes, temos que nos explicar o tempo todo...

Eu, como editora estava respondendo, no espaço de comentários, a questão colocada pela prezada leitora Maria Tereza, a  partir do post de Katia Maia sobre Palocci. Mas como a resposta ficou demasiado grande resolvi postá-la. Aqui vai:

Prezada Maria Tereza,

O pai do caseiro tem nome e endereço conhecido, amplamente divulgado na época. Tem posses e por não querer reconhecer Francelino fora do casamento (o que é perfeitamente possível  pela legislação em vigor) o que implica deixar-lhe herança, deu-lhe uma espécie de indenização de 30 mil reais. Veja bem, 30 mil reais!

A Constituição de 1988 aboliu, no Brasil, a figura de filho ilegítimo. E por isso, é considerada, nesta questão, umas das mais avançadas do mundo. Francelino pode a qualquer momento, mesmo não tendo sido reconhecido, pleitear a parte que lhe cabe no patrimônio paterno. Mas me parece que ele não gosta de confusão.

O fato é que ele foi vítima, no caso a quebra de sigilo bancário, de um crime que teve inclusive a participação, infelizmente, de jornalistas, que depois trabalharam no governo Lula e, agora, no governo Dilma.


Segundo relato, divulgado dias desses,de Paulo Nogueira, então editor da Revista Época, em Brasília, foi o próprio Palocci, como autoridade máxima financeira, que quebrou o sigilo do caseiro, ao lhe entregar em mãos os documentos.

 Não consta que a partir desse episódio, o caseiro Francelino tenha licita ou ilicitamente enriquecido. Quem enriqueceu depois de deixar o governo e ir para o Legislativo, foi Palocci. Não adianta, o Lula dizer que tudo que o ex-ministro fez foi legal e está declarado Receita. Ou acharem que parte da grana não foi pro bolso dele e  sim do Partido.

O fato é que, sem canais preferenciais nos setores públicos e privados não teria enriquecido tanto assim. E as explicações que tem dado até o momento são arrogantes, um escárnio para a quase totalidade da população brasileira que trabalha e paga corretamente seus impostos.

Vamos dizer que Francelino mentiu ou que foi manipulado. Trata-se de uma pessoa humilde que só ficou esperta, no bom sentido depois que a vida lhe deu uma rasteira e e ser exposto publicamente. Poderia ter sido manipulado por um lado ou por outro.

Essa compreensão não podemos ter com Palocci, pessoa estudada, articulada e, pelo que nos constava, comprometida com as boas causas. O ex-ministro não é exemplo nem como profissional da saúde, nem como parlamentar, nem como ministro e, o pior, nem como pai e marido.

Obrigada pela atenção.
Um grande abraço

terça-feira, 24 de maio de 2011

No Planeta Brasil, cidadãos contribuintes pobres mortais e Palocci...

 por Katia Maia

Claro que eu sei perfeitamente a diferença que existe entre mim  e milhares brasileiros (mortais contribuintes que mensalmente penam para ficar em dia com suas dívidas) e um ministro de estado como o da Casa Civil, Antonio Palocci.

Mas, particularmente um ponto me chamou a atenção nos últimos dias. É dito e sabido que Palocci está numa saia justa com o enriquecimento extraordinário de sua empresa no ultimo ano e, pior, com a fantástica quantia de R$ 10 milhões em apenas dois meses. Justamente no período este em que já estava na coordenação de transição entre os governos Lula e Dilma.

Antes de ir adiante, queria abrir um parêntese e deixar claro que tive admiração pelo Palocci. Achava-o (até) um cara centrado, bem intencionado e focado. Gostei da condução que ele deu á política econômica no inicio do governo Lula.

Na época, tive a oportunidade de assistir a algumas reuniões de coordenação que o Lula promovia com os ministros e o Palocci era sempre coerente com suas colocações. Eu achava ele super ‘ok’ (confesso).

Mas, claro, não deixei de me indignar com a história do Francenildo (o caseiro). É feio tropeçar nas próprias pernas. Mais feio ainda é insistir no erro e repetir.
Caso 01 - o caseiro Frnacenildo

Bom, mas agora, a história é outra. É o enriquecimento rápido que incomoda e que requer explicações. Como o Palocci comprou – por meio de sua empresa – um apartamento de R$ 7 milhões?

- Pois é ministro, como?

Isso é o que me faz diferente de Palocci. Primeiro porque não tenho essa quantia para comprar qualquer imóvel – mas isso todo mundo já sabe. Meu contracheque e minha declaração de Imposto de renda mostram isso perfeitamente.

O segundo ponto é o mais interessante: é que diferentemente do que está ocorrendo com o ministro, eu fui no passado, procurada pela Receita Federal para explicar como eu tinha comprado um apartamento que destoava da minha capacidade financeira.
Caso 02 - 20 milhões de reais!
Lá pelos idos da década de 90, eu comprei um imóvel de três quartos em Brasília, na Asa Norte, com 148 metros quadrados. Um sonho. Na época eu era casada. Na época meus pais e os pais do meu esposo fizeram um esforço concentrado, ajudaram o jovem casal que, por sua vez, raspou o tacho com 13º salário, FGTS, economias, férias e o que mais viesse. Mesmo assim, não inteirou dois anos para que o fisco batesse à nossa porta.

Queria sabe como eu (e meu digníssimo) tinha comprado aquele apartamento?

Pois é Receita Federal. Eu tive que rebolar para comprovar. Afinal, havia uma parte do dinheiro proveniente de doações paternas.

Na época, o mundo era menos digitalizado. Tive que correr atrás de extratos bancários para copmprovar que havia um dinheiro na conta do meu pai e do meu sogro, que havia saído da conta deles, que havia ido para a nossa (do casal) e que isso justificava a compra.

Foram necessários quase 10 meses para que os microfilmes dos extratos bancários fossem disponibilizados. Nesse período, o fiscal da Receita nos procurava freqüentemente. Em cada encontro, ele percebia que eu não era laranja, não desviava, não lavava, não enxaguava ou passava dinheiro. Mesmo assim, ele repetia:

- Eu sei, mas preciso de provas.
p.s. O processo (meu) só se encerrou quando consegui (finalmente) mapear o caminho do dinheiro – da conta do meu pai, para a minha conta, para a conta do proprietário do imóvel. Tudo documentado numa época em que o mundo não era tão online. Agora, por que o ministro não abre suas contas e revela de onde veio o dinheiro que o possibilitou comprar um imóvel de R$7 milhões?

É isso que me faz diferente do Palocci. Eu, pelo menos, estou tranquila e pobre (rs).