Mostrando postagens com marcador cigarras. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador cigarras. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Cheiro de chuva nas cigarras

Po Kátia Maia 
 

 Hoje senti o sinal de chuva no DF. Não, não houve pingos escassos vindos do alto, mas uma casca de cigarra cravada na árvore logo cedo - quando estava me alongando para minha corrida diária - Me fez acreditar que a chuva está a caminho e para breve.

Ao longo dessas minhas duas décadas de Brasília, aprendi a me acostumar com o canto das cigarras que chegam justamente com a chuva e a primavera. 


Lembro-me do meus meninos, ainda pequeninos catando as casquinhas de cigarras para guardar em potes. Eles adoravam descer debaixo do bloco e andar por entre as árvores catando as cascas deixadas pelas cigarras barulhentas.

Aliás, a cigarra é um bichinho que faz parte de nossas vidas desde a infância. Quem não se lembra da estória da Cigarra e da formiga? Eu adorava ouvi-la na escola.


Confesso que ficava sempre com muita pena da cigarra. Sempre me identifiquei mais com ela. Um ser boêmio, amante da arte, que apostava no prazer de se divertir  e fazia isso cantando.

A formiga, não. Sempre chatinha, pregando regras sobre ser previdente, guardar, pensar no futuro etc. E tentando enquadrar a irreverente cigarra.

A cigarra viveu o que quis e deu o sangue pelas suas 24 horas de vida, cantando, sendo feliz.  No final, (ta certo) se fué, mas foi feliz.

Mas, olha, no balanço de perdas e danos, embora eu tenha sempre admirado a cigarra, percebo que apesar de termos feito tudo, tudo que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais.

Terminei me tranformando em formiga previdente, com o pé no chão e fazendo economias para a chegada do longo e tenebroso inverno quando assim acontecia. Paciência. I keep living and sometimes I sing in the rain! Para isso, basta chover! Aguardemos.