quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quero sambar enquanto o choque de ordem não chegar, manual de sobrevivência

por Cris Lopes
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Sol de rachar. O que fazer no momento de folga de um dia assim? Pensamos, pensamos e caímos naquela de quase sempre. Pedra do Leme. Praia boa, barraca da Amanda, sardinha frita e sequinha, cerveja gelada e água de coco no ponto. Nada melhor. Se der sorte, ainda se pode encontrar uma mesa à sombra de uma das amendoeiras. O perigo ali é ser premiada com uma cagadinha de um dos pombos que vivem pela cidade nos importunando.
O visual é lindo. Dali se vê toda a orla de Copacabana, o mar azul que anda calminho e parece pronto a receber os que querem nadar. Em geral, as ondas não permitem a façanha. No Leme estamos livres das pranchas dos surfistas que lotam Ipanema, Leblon e a Praia do Diabo. É programa para bermudinha, blusinha frente-única, havaiana e, claro, chapéu, que a pele não é mais a mesma de anos atrás. Óculos, não dispenso. Não são uma questão de estética. São mesmo para enxergar. Fica o disfarce, escuros, mas multifocais. Ah, o biquíni sempre está sob a roupa, pelo menos da minha. Em geral as pessoas já ficam ali com essa peça indispensável, mais uma canga.

De brinde, conseguimos uma mesa sob a árvore e a presença da Marcinha, amiga pra lá de querida. Menina de Brasília que voltou para o Rio na certeza de aqui é o seu lugar. Barraca lotada, serviço demorado. Já me acostumei. Enquanto a água de coco demora, a cerveja chega rapidinha. Estou tentada a provar o bolinho de bacalhau e espero não me arrepender.

Conheço bem a sardinha e a corvina acompanhada de salada fresca.  A intenção é sempre ir à barraca, ficar umas duas horas e depois sair para comer alguma coisa. Nunca dá certo. Sempre acabamos ficando, ficando... ainda mais se for dia de música depois das seis da tarde.Foi-se o horário de verão de que tanto gosto. Por do sol mais cedo, os aplausos de sempre (aqui sempre se aplaude esse lindo momento). Aí, sim, o mergulho no mar para aliviar o calor.


Por aqui o carnaval começou. Blocos de rua, deliciosos, começam a desfilar pela cidade e o carioca fica feliz da vida com uma batucada. Quem não fica? Ainda mais se vier de bloco pequeno, de bairro.
Agora lá vem ele. Nem sei que bloco é, mas dou um até breve a vocês porque quero mesmo é seguir o samba pela rua e me esbaldar de tanto dançar e cantar. A folia tem hora para terminar, é preciso aproveitar. Afinal, aqui no Rio há o tal choque de ordem.

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