segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

O mundo gira e nós giramos juntos, movidos a boa comida, café e muita conversa...

Taís Morais
(com pitacos da Clara Favilla, à revelia da autora) 
Ontem, domingo, na cinematográfica casa da @maria_lima,  a Mariazinha de O Globo,  uma das divas do jornalismo nacional,  vencedora do Troféu Mulher Imprensa 2010 (categoria Impresso) eu, convidada especial das meninas(os) do @cafeveneno e @cafeconversa ,  observei que participava de uma  reunião etílica ...  com um monte de abstêmios. Um porque estava já no ponto de comer farinha com álcool quando parou de se turbinar com os vários tipos de bebidas. Outra porque começou a estacionar seu carro em cima de bombas de gasolina. Saíram da fila da cirrose. Menos dois para ganhar fígado novo.
Sei! Reunião de abstêmios! Um instantâneo do estado geral das coisas...

 Eu não bebo não!!! Só tô imitando o Jânio Quadros... Vocês sabem quem foi ele, não?

Uma colega de hospício, pedalouca e corredora, não bebeu por causa de uma dor esquisita que apareceu em sua lateral esquerda. No entanto, já tá preparadíssima para encarar, na semana que vem o terreno adverso de uma trilha daquelas! Amiga reba, aviso que estarei junto sofrendo e suando para atravessar a geografia aterrorizante do Altiplano Leste.


Pude notar que a  jornalistada da capital brasileira, gente boa, estava de  olheiras pela incansável cobertura da votação fajuta do salário mínimo e sem um mínimo de “papas na língua”.  O almoço-reunião de pauta era apenas pretexto para papos sem fim sobre o presente/passado e futuro do país,  do mundo, dos participantes e de gente, que fora da roda, deve ter passado o domingo com as orelhas em brasas.

Ouvindo e dando meus próprios pitacos nos mais variados assuntos que pipocaram sem trégua, descobri porque gosto tanto do jornalismo, dos colegas de hospício e das notícias dos bastidores. Diversão à parte, muitos diriam para ter cuidado com o serpentário, mas a vacina anti-ofídica estando em dia e o rabo não estando preso, essas gargalhadas são mesmo de renovação para se iniciar a semana.

















Antes tarde do que nunca, voltei a fazer meus votos de divórcio eterno da grande mídia. Não quero nunca  desprezar  licores, espumantes para, num domingão gostoso, sair correndo pro plantão, como  o Camarotti (foto acima, ao centro) , que chegou, fez o social com sua bela Júnia, comeu e partiu.


Registro: político de grande visibilidade no cenário  nacional  (foto à esquerda) passou pela reunião de pauta. E, não se intimidou com os  Romeus e Julietas cubanos levados pelo Badu para incinerar bigodes, principalmente o daquele  (vocês sabem quem) que há décadas frequenta o noticiário. O cidadão riu  e se esbaldou com a macarronada da @clarafavilla e a Pasta ao Funghi da  @maria_lima .





Ao som de uma fonte lavada e esfregada pela  dona da casa que não gosta do limo que sobrevive à séculos nas fontes mais bonitas do mundo, o político e uma escritora presente fizeram belo dueto. Ele contava histórias da campanha eleitoral e mexia no seu Blackberry. Ela bradava aos quatro ventos sua aventura no veleiro do Rei Roberto Carlos.



Penha Saviato abstraída de tudo e de todos, entre Eduardo Badu e Ricardo kassatti , fumava seu Dona Flor, encarnando bem o papel. Sua cachorrinha Petité, gravidíssima, reclamava a atenção da dona até conseguir ser levada ao colo. Mesmo na situação delicada em que se encontra, Petitè, coitadinha, inalou nuvens da tal  fumaça companheira dileta do estadista  Churchil.

 

Poverina da Petité, não ganhou nem um pedacinho de carne. Os filhotinhos vão nascer todos de boca aberta de vontade. A cada latido, era ameaçada por Badu de ser trancafiado em um galinheiro inexistente.

Na foto acima,  Ruth Simões e Katia Maia num momento comportadíssimo, é claro, ensaiado...

 Chuva vai e vem, acordei com este texto na cabeça sem idiossincrasias ou falsidades e esperando a trilha sonora do encontro, que nunca veio. Desisti de colocar uma pitada de maldade porque esse sentimento só sobrevive no coração daqueles que não conhecem o verdadeiro valor da família e dos amigos. E nesta reunião-almoço de pauta, em que predominou a  alegria da partilha, aprendi que o importante é ver  com o coração e a aproveitar os instantes de alegria, alimentos para o corpo e para a alma.

Receita de felicidade: muito café e uma pitada de veneno = a muito riso e pouco siso

Por Ruth Scaff

Para acompanhar um café feito do mais puro grão Santo (@kassatti), nada como um bom @eduardobadu temperado com um ramo de @memeliamoreira selvagem e o sorriso Revista Caras da @sandramosaico .

Aí, adiciona-se o restante da turma ve-ne-no-sa, tudo em boas doses: a editora-chefe  @clarafavilla, as (@ruth_simoes e  @ruthmarias) , mais  (@penhasaviatto e @katiamaia.

Para finalizar, acrescente um Daniel (@domscaff) ainda tenro... Salpique tudo com Little Mary - tem que ser prime (@maria_lima) e ...
Saboreie!

Receita infalível para um dia ou noite de muito riso e pouco siso!


A autora do post em sua versão Branca de Neve na casa de @maria_lima que segundo a @penhasaviatto , integra o Núcleo Rico do @cafeveneno .


Qualquer lugar é perfeito para se fazer um bom café! Aqui, o mestre @kassatti e o aprendiz @eduardobadu pedindo licença para transformar grãos Bourbon Vermelho no precioso líquido, num cantinho cedido pela Dona Lenha da 413 Sul.


 Realmente não entendi essa foto da Memélia. Ela está cavalgando?

 Sandra ensina Ruth a sorrir tipo Caras: engole-se a língua (???) e o pescoço fica assim lisinho...

 
Integrante especial do @cafeveneno: @domscaff (Daniel)

Reunião na casa de @clarafavilla (que também segundo a @penhasaviatto,  integra o Núcleo Rico do @cafeveneno)  sem a participação da @ruthsimoes

Reunião na casa de @marialima com a participação da @ruthsimões, integrante do @cafeveneno (charutando de negro) e da convidada especial @edit (blusa estampada de vermelho)

 Nossa correspondente no Rio, a carioquíssima Cris Lopes...

domingo, 27 de fevereiro de 2011

De post em post, levo a vida a sorrir com (de) vocês... Gente eu quero mais!


Por Cris Lopes

Um calor infernal, mas aqui no 12º andar, onde moro, um vento gostoso, com cara de sudoeste, o que para nós significa muita chuva vinda do mar. Bom, enquanto a chuva não vem, ventilo a casa, abro portas, janelas e deixo as plantas balançarem ao vento. Quadros também balançam, mas tenho certeza que não cairão e no máximo terei que arrumá-los na parede. 

 Quem pode, pode! Vista da janela do quarto da autora deste post...

Ao vento... Gosto de ventos que não sejam muito mais do que brisas, brisas que me afagam o rosto, acariciam os cabelos e depois se retiram para beijar outras mulheres em outras esquinas da vida. Ventos que nos varrem a casa, rompem o mormaço, sacodem as coisas e reviram pessoas. Ora, direis, são pensares ociosos meus de uma tarde de verão... Certo, perder o senso não é coisa estranha ao caldeirão que frita bolinho asfalto, faz omelete na calçada, derrete catedrais...

Aproveitando o alívio dos 39º, sento-me ao computador e leio e-mails de amigos queridos. Um em especial me chamou atenção. É do querido amigo, Scartezini, o Scarta de muitas redações, com o link  do blog. Eu não havia visto o post, nem o meu, nem o do Cesar Valente. Impressionante a dinâmica deste nosso blog , mal se lê um post e lá vem outro e outro, nem dá tempo para assimilarmos o que lemos. Mesmo assim eu gosto, acompanho, divirto-me e ainda divulgo. Ah, como sorrio com alguns posts e comentários! Pessoas fantásticas escrevendo, contando as novidades, os sentimentos. Crônicas do bem. Bom humor é tônica do blog comandado por Clara Favilla, nossa editora-chefe.

E os tuites das reuniões de pauta? Almoços, jantares, espumantes e muita alegria sempre com a presença de um bom café da turma do Café&Conversa. Sim, acompanho as reuniões por tuiter, pois são feitas se realizam em Brasília, e moro no Rio e, olha, talvez eu me divirta mais lendo o que escrevem. São comentários hilários, felizes de uma turma que se curte muito. Um dia chego lá, deixa eu terminar coisas importantes aqui no Rio que dou pulinho na linda Brasília e me encontro com essa turma do barulho.

Brasília que me viu crescer e trouxe a amizade com vários de vocês, mais os filhos, com os quais veio o neto. Se Brasília não atravessasse o caminho dos meus pais, certamente eu não estaria aqui nesta convivência agradável entre posts. Por tudo isso e para não dizer que tudo são flores, deixo aqui um pequeno protesto, é impressão minha ou muita gente recebe a “pauta” e não posta? Gente, eu quero mais!

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Desgraça pouca é bobagem ... A velha senhora não anda sem seu funesto séquito...

por Clara Favilla 

Essa é difícil de contar. Como vocês sabem, sou velha de estrada. Em maio de 1993, meu mundo caiu pela segunda vez. Meu pai, depois de uma longa doença, enfim descansou, como se diz lá em Minas. E meu amor, de então, estava casado. Com outra. Desgraça pouca é bobagem, não é mesmo?

A primeira vez que meu mundo caiu foi quando minha mãe morreu aos 50 anos recém completados. Ela foi operada de emergência duas semanas antes do meu casamento e nunca mais se recuperou. Eu tinha tinha vinte  e poucos anos, era apaixonada pelo meu marido e me iniciava no jornalismo. Chorei todos os dias, durante meses. Quando as lágrimas se cansaram, passei a só chorar por dentro.

Na segunda vez que meu mundo caiu, eu já estava com 43 anos. O primeiro casamento acabara fazia tempo. Eu havia apostado todas as minhas fichas num segundo relacionamento e estava novamente sozinha. E eu, que nunca havia tirado uma licença saúde, nem durante a gravidez, com a morte de meu pai perdi o chão. Ou melhor, as pernas, os joelhos e os pés.

A baixa imunidade resultado do forte stress literalmente me derrubou. Não conseguia andar. Um raro tipo de vírus atingiu as articulações dos meus quadris e pernas. Fiquei três semanas de cama. Pensei que não sobreviveria a mais esta definitiva separação.

Quando me levantei, vi que tinha que fazer alguma coisa que  me livrasse do abismo escuro em que mergulhara, que organizasse meu caos interior, que me fortalecesse corpo e mente. Afinal, eu tinha uma filha, ainda bem menina, para criar.E foi assim que eu, induzida por amigos procurei uma terapia alternativa, depois de não me sentir acolhida por nenhum terapeuta convencional. 

A primeira desses terapeutas com diplomas e consultórios  falava mais que o homem da cobra. - "Ah! você é irmã da doutora Vera? Estudei com ela. Ah! você é de Ouro Fino, conheço fulano, sicrano e beltrano". Me levantei e deixei essa pobre de espírito, falando sozinha.

A segunda era feia, ranzinza e não aceitava pagamentos em cheques por causa da CPMF.  Conversei duas vezes com ela e nunca mais voltei. O terceiro atendia num prédio imundo do Setor Comercial Sul. Ao perceber que ele, enquanto NÃO me escutava, fazia movimentos estranhos com os braços por baixo da mesa, fugi. O quarto  me viu apenas uma vez . Era desses que não falam nada a sessão inteira e mal te cumprimentam no início dela. (Dizem que esses são Freudianos ou seja lá o que isso signifique).

Foi ai que meus amigos espiritualistas entraram no meio e me recomendaram uma terapia chamada Processo. Para fazê-la, ficava-se, naquele tempo, seis meses sem contato com pai e mãe, se vivos.Os meus estavam mortos. Então, a primeira grande dificuldade estava vencida de cara. Mas não se entrava direto nessa terapia intensiva, longa e de sessões sempre em grupos. Primeiro, havia uma  espécie de iniciação, uma amaciada, por meio de sessões individuais.

Na primeira sessão, a terapeuta que me atendeu disse que eu procurasse alguém que se encarregaria de fazer um trabalho corporal comigo. Fui. Nem  é preciso lhes dizer o quanto a minha carcaça estava sofrida. Meu corpo era um bloco de cimento. Eu estava completamente dura, travada e não conseguia levantar braços,  pernas ou cabeça como ela ordenava.

Ao final da sessão tive que ouvir: "Minha filha, não vou ter paciência de trabalhar com você. Volte pra tua terapeuta e diga que você precisa de alguém que lhe dê a mão; que te tire lentamente desse estado corporal catatônico. Digo com toda sinceridade: "Você está morta. Precisa  é de um trabalho de ressuscitação".

Desci o apartamento da tal mulher apavorada e aos prantos. Atravessei a rua para alcançar o ponto de táxi e um carro só não passou em cima de mim porque conseguiu frear. A motorista abriu a porta aos gritos me chamou de vaca, de égua,  todos esses bons nomes que a pessoa diz quando está louca da vida. Sentei na calçada e chorei até o gerente da padaria me colocar dentro de um táxi.

Cheguei ao Ministério da  Fazenda e só a amiga Nélia Marquez estava na Sala de Imprensa. Vendo  meu estado deplorável,  ligou para um médico acumputurista conhecido (médico mesmo) e pediu-lhe que  me atendesse de emergência. Fui. Cheguei lá de cara inchada. Ele me perguntou o que me doía. Eu lhe disse: tudo. Aos soluços  falei que alguém que se dizia profissional na área de saúde havia dito que eu já estava morta. E ele, calmamente, enquanto preparava as agulhas: "Tá nada, morto não sente dor".  Parei  de chorar. Havia encontrado meu Bom Samaritano.

Aguardem os próximos capítulos!
Na foto: eu e meu pai, na minha casa, a mesma onde vivo hoje, no dia que ele completou 60 anos, 01/08/1983.  Dário Favilla era poeta, contador de histórias, flautista do assobio, pintor, tenor, apaixonado por óperas. Foi dedicado guardião das Contas Públicas por mais de três décadas..

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Quer monogamia? Case-se com um cisne. Mas proiba-o de blogar, tuitar...

por Cesar Valente  *
Meus trezentos anos de fidelidade à mesma mulher causam um certo espanto e muita incredulidade mesmo entre amigos mais chegados. Monogamia é uma convenção social que em certos círculos foi dada como extinta, desaparecida, transformada em objeto de estudo antropológico. Digna de merecer cuidadosas escavações, onde cada grão de poeira é retirado meticulosamente, com delicados pincéis.
 Leda e o cisne, versão moderna de Botero (exposição em Veneza)
  
 Eu nunca fui um sujeito monogâmico. Tive a sorte de encontrar uma criatura que é, literalmente, todas as mulheres do mundo. E isso sempre me bastou. Duzentas ou trezentas mulheres em três décadas é número suficiente. Foi isso que tive com esta única pessoa multifacetada.
Morto de medo e inseguro como Tiradentes a caminho do barbeiro (consta que lhe apararam a barba antes de enforcar), ofereci, em troca, algumas dúzias de personagens. Não sei, contudo, até hoje, se cumpri adequadamente com os deveres. Porque elas são tantas e tão variadas que às vezes não volto a encontrar aquela uma e daí não tenho como perguntar “gostaste?” 

E de uns anos pra cá tenho sentido reacender, bem aqui, debaixo do plexo solar, exatamente onde o estômago toca, de leve, o coração e onde o diafragma, em dia de vento sul, arrisca alguns soluços, um impulso poligâmico. Não tenho tempo. Vocês sabem, as estatísticas vivem repetindo que o homem vive menos que a mulher. Por isso serei breve, direto, sucinto e até rude. 

O que a Teruska tem-me dito ou sugerido merece, no mínimo, um flerte de mãos dadas em algum bistrô parisiense e com certeza três dias e noites de loucura em algum resort da costa baiana. O que a GiNiki me sugere (intencionalmente ou não) não tem outro significado que a partida imediata para Niterói (onde ela mora), nem que seja apenas para ficar do outro lado da rua, suspirando à sua passagem. O que a Cé me disse em secreta correspondência exige corrida em câmera lenta numa praia do Caribe e lento mergulho em lencóis de seda chinesa (à falta de algodão egípcio). E tudo o que a Cris tem-me feito passar poderia fazer com que, alucinado, eu lhe escrevesse aquilo que outros disseram primeiro: “senhora, eu vos amo tanto que até por seu marido sinto um certo quebranto”. Só nesse parágrafo descompromissado já são quatro novas amásias, amantes, esposas, caracterizando cristalinamente a poligamia a que esse veículo tem-me obrigado. Ora, dirão os exegetas, “a coisa não se consumou”.


 Acima: César e Lúcia em foto que ilustrou o casamento deles em 1977, tirada pela querida Graça Seligman. A foto com neve no cenário (Chile) é recente.


Respondo, com a límpida claridade do macho saciado: “não conheces a força da imaginação...” Uma vez que o monógamo imaginou-se nos braços, ou apenas ao alcance dos olhos, quem sabe da voz, de outras, desfez-se a aura santificada e luziu o tremeluzente brilho purpúreo e rubro do pecado. Maravilha das maravilhas, o pecado foi inventado para dar ao trivial um sabor agridoce e raro. 

Minhas lindas, minhas belas, minhas amigas, não se assustem com estas reflexões. Mesmo as não citadas são devidamente pensadas, sonhadas e desejadas. O polígamo virtual é um dependente químico-físico que precisa de ajuda. Braços, bocas, mãos, seios, tudo é importante para que a gente possa recompor o equilíbrio e voltar a ser a criatura cordata e monogâmica que nascemos para ser.
  
Todas as mulheres do mundo não é apenas o título de um filme. É, desde sempre, meu lema. Vou começar pela minha rua, mas em dez ou doze anos chegarei a Brasília. E poderei, finalmente, saber o sabor real que tantas bocas têm. Assim, à distância, parecem ótimas. E dignas do rompimento do voto de monogamia que este asceta proferiu, em 1970, ainda eufórico com o tri, diante de uma imagem de São Nelson Rodrigues. Boa noite e sonhem comigo.

 * Cesar Valente é jornalista, escritor, marido, pai e avô. Já morou e trabalhou em Brasília. Vive atualmente em Florianópolis. 
O titulo original do Post é : 'Proposta poligâmica'

Quero sambar enquanto o choque de ordem não chegar, manual de sobrevivência

por Cris Lopes
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Sol de rachar. O que fazer no momento de folga de um dia assim? Pensamos, pensamos e caímos naquela de quase sempre. Pedra do Leme. Praia boa, barraca da Amanda, sardinha frita e sequinha, cerveja gelada e água de coco no ponto. Nada melhor. Se der sorte, ainda se pode encontrar uma mesa à sombra de uma das amendoeiras. O perigo ali é ser premiada com uma cagadinha de um dos pombos que vivem pela cidade nos importunando.
O visual é lindo. Dali se vê toda a orla de Copacabana, o mar azul que anda calminho e parece pronto a receber os que querem nadar. Em geral, as ondas não permitem a façanha. No Leme estamos livres das pranchas dos surfistas que lotam Ipanema, Leblon e a Praia do Diabo. É programa para bermudinha, blusinha frente-única, havaiana e, claro, chapéu, que a pele não é mais a mesma de anos atrás. Óculos, não dispenso. Não são uma questão de estética. São mesmo para enxergar. Fica o disfarce, escuros, mas multifocais. Ah, o biquíni sempre está sob a roupa, pelo menos da minha. Em geral as pessoas já ficam ali com essa peça indispensável, mais uma canga.

De brinde, conseguimos uma mesa sob a árvore e a presença da Marcinha, amiga pra lá de querida. Menina de Brasília que voltou para o Rio na certeza de aqui é o seu lugar. Barraca lotada, serviço demorado. Já me acostumei. Enquanto a água de coco demora, a cerveja chega rapidinha. Estou tentada a provar o bolinho de bacalhau e espero não me arrepender.

Conheço bem a sardinha e a corvina acompanhada de salada fresca.  A intenção é sempre ir à barraca, ficar umas duas horas e depois sair para comer alguma coisa. Nunca dá certo. Sempre acabamos ficando, ficando... ainda mais se for dia de música depois das seis da tarde.Foi-se o horário de verão de que tanto gosto. Por do sol mais cedo, os aplausos de sempre (aqui sempre se aplaude esse lindo momento). Aí, sim, o mergulho no mar para aliviar o calor.


Por aqui o carnaval começou. Blocos de rua, deliciosos, começam a desfilar pela cidade e o carioca fica feliz da vida com uma batucada. Quem não fica? Ainda mais se vier de bloco pequeno, de bairro.
Agora lá vem ele. Nem sei que bloco é, mas dou um até breve a vocês porque quero mesmo é seguir o samba pela rua e me esbaldar de tanto dançar e cantar. A folia tem hora para terminar, é preciso aproveitar. Afinal, aqui no Rio há o tal choque de ordem.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Sessão Misantropia -Tolerancia Zero!

 por katia maia
Tenho grande admiração pela raça humana, mas o sentimento, confesso, vem aditivado por um desprezo profundo pela forma como alguns representantes dessa indiscutível forma de vida, que se diz superior, se comporta.
Somos seres sociáveis? Sim, claro. A resposta vem de pronto.
Ma non troppo, eu acrescentaria.
Somos seres moldados para viver em grupo? Claro, reitero.
Ma non tropo, repito.
A verdade é que cada vez mais, e eu não sei por que isso tem acontecido, o ser dito humano está perdendo a noção do respeito pelo outro. Não vou aqui falar de grandes eventos mundiais, falta de consideração com o meio ambiente, pobreza, miséria, desrespeito com nações e povos. Isso, já é público e notório. Quero falar do particular, do arranjo local, da forma como o comportamento acontece no particular.
Meu Deus! Que absurdo!
Claro, que absurdo. Nada justifica tal reação.
Mas, o que me motivou escrever esse post foi a nítida impressão que as pessoas estão se preocupando cada vez menos com o ‘coletivo’.

No cinema JAMAIS atenda o celular
ou converse sobre o filme.

Ta, bom, esse homem não merecia morrer por causa de uma pipoca, CLARO, mas que dá vontade de matar aqueles engraçadinhos que passam o filme inteiro conversando com a pessoa ao lado, ah, isso dá!
No dia em que consegui assistir a Tropa de Elite 2 – depois de umas duas ou três tentativas inglórias para ver o tal  filme - tive a nítida sensação de que seria capaz de matar o casal que se sentou ao lado.
O moço, um senhor de idade, levara a moça para ver o filme. Minha indignação começou quando a mocinha começou:
- E agora, o que vai acontecer? (O moço já tinha visto o filme).
Ele respondia, descrevia a cena e acrescentava:
- Olha essa agora, presta atenção. Você pensa que ele vai morrer, mas ele escapa... E por aí ia.
Lá pelas tantas o celular da mocinha tocou e ela atendeu! Pode?

Regra no #01 – desligue ou coloque o celular no silencioso
quando estiver em sala de cinema, de teatro ou de show.


Desprezo pelo Ser Humano?

Pode e tem mais: ela começou a conversar ao telefone. A desenvolver diálogo!! Nãaaaaaaaaaaaaaao! É demais!
Não agüentei. Gentilmente, me virei para a distinta e perguntei:
- A conversa ta boa ou o filme está atrapalhando?
Ela me olhou com um ar de desentendida e resmungou algo que eu não entendi. O velho saiu em sua defesa, ao que eu respondi:
- Eu NÃO paguei para ver um filme com narração simultânea e conversa paralela ao celular!
Foi nesse momento em que o cinema começou a fazer aquela onda de ‘chhhhhhhhhh’ e ‘cala a boca’.
Bom, terminei sendo confundida com o casal mal educado e considerada uma mal humorada. Sou mesmo. Nesses casos, assumo. Tolerância zero para quem não respeita o espaço alheio. Para eles: no mercy!


Nota do editor:
Misantropia é a aversão ao ser humano e à natureza humana no geral. Também engloba uma posição de desconfiança e tendência para antipatizar com outras pessoas. Um misantropo é alguém que odeia a humanidade de uma forma generalizada. A palavra vem do grego misanthropía,[1] a junção dos termos μίσος (ódio) e άνθρωπος (homem, ser humano). O termo também é aplicável a todos aqueles que se tornam solitários por causa dos sentimentos acima mencionados (de destacar o elevado grau de desconfiança que detêm pelas outras pessoas em geral).

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Nosso blog também é política: Abaixo a fixação do Salário Mínimo por Decreto

Por Roberto Freire (PPS/SP)

Defendemos a fixação do salário mínimo em R$ 600, porque este valor garantiria ganhos reais para os trabalhadores, frente ao processo inflacionário em curso, ao privilegiar o trabalho como efetivo gerador de riqueza e dignidade do ser humano. Infelizmente o Congresso curvou-se a lógica do governo.

O que não aceitaremos é que o reajuste do piso dos trabalhadores seja feito por decreto até o ano de 2015, como prevê o projeto encaminhado pelo governo. É isso que o PL, de nº 382/11, traz embutido em seu artigo 3°, visando poupar a presidente Dilma Rousseff de negociar com o Legislativo e com as centrais sindicais, com os aposentados, com a cidadania enfim a correção do piso, até o final de seu mandato.

Como não se pode definir salário mínimo por decreto, como fazem as ditaduras, mas por Projeto de Lei, como fica claríssimo no inciso IV do artigo 7º de nossa Constituição, esse Projeto proposto pelo governo Dilma revela, de forma cristalina, que entendimento tem do processo democrático. Afinal, retirar o poder do Congresso de legislar é um perigoso sinal.

Como é que esse governo pretende mudar por projeto o que é constitucional? Será isso um cacoete autoritário a la Chávez, com quem o PT há muito tempo flerta? Não nos esqueçamos que o presidente da Venezuela, por delegação do Congresso, conseguiu poderes para mandar e desmandar sozinho no país. É essa a proposta de democracia do governo Dilma?

NR: às 20h20 desta terça-feira, 22/02, o deputado Roberto Freire tuitou:  Mobilização contra afronta do Governo Dilma  à Constituição fFderal que determina fixação do Salário Mínimo por lei, cresce no país. No Senado temos bons lideres pró #abaixodecreto

Saiba mais:
O governo aprovou nesta terça-feira urgência para a votação do projeto que reajusta o salário mínimo de R$ 545 no Senado.Isso significa que o texto vai ser analisado diretamente pelo plenário da Casa nesta quarta-feira, sem a necessidade de passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) --o que atrasaria a análise do texto.
Os governistas conseguiram o apoio da maioria da Casa para aprovar o pedido de urgência no plenário, mas a votação foi simbólica (sem registro no painel de votação).
A ordem da presidente Dilma Rousseff é votar o projeto sem mudanças no texto aprovado pela Câmara para que possa sancioná-lo no final de fevereiro. O governo quer fazer vigorar o novo valor do salário mínimo em março.
A base de apoio da presidente do Senado está tranquila para a aprovação do valor proposto pelo governo. Líderes governistas calculam que vão ter entre 54 e 57 votos dos aliados. São necessários apenas 41 votos para a aprovação do projeto.
A oposição reconhece que será derrotada diante da ampla maioria governista na Casa. "Esse é o jogo, faz parte da dinâmica do parlamento", disse o líder do PSDB, senador Álvaro Dias (PR). A oposição protestou contra a aprovação da urgência.(Fonte: Folha On Line)

Viva Maria !!! Viva Maria Lima!

Por Clara Favilla

Comecei este texto pensando na melhor maneira de  homenagear a querida Maria Lima, nossa Mariazinha, de O Globo, que  venceu o Troféu Mulher Imprensa 2010, categoria Impresso, divulgado ontem 22 de fevereiro. Não que ganhar um prêmio seja questão assim fundamental. Tantas são as atividades humanas indispensáveis para as quais não existe qualquer reconhecimento público, não é mesmo?

 
 Para a vencedora, champanhe! Ela merece!

Permito-me aqui uma digressão: Alguém se lembra de premiar a roupa mais bem lavada, não em máquinas, mas à mão, à beira dos rios desse Brasil tão infinito? Ou quem tece a rede mais caprichada. Meu jardineiro fez florir cinco orquídeas num mesmo arbusto e nem por isso merecerá uma festa. No máximo minha maior consideração.

 Os queridos @romoaldodesouza e @marialima , chez @eduardobadu

Também ninguém ainda instituiu o Prêmio Gari do ano. Aliás, quantas vezes ouvi mães dizendo: "filho, se  não estudar vai ser lixeiro". Mas vocês já repararam a presteza, a organização e mesmo a elegância dos lixeiros de Brasília? Uniformes completos, botas, luvas e muitas vezes até máscaras.

Não sei se instituíram algum adicional produtividade pra eles. Mas sempre me espanto com a rapidez com que trabalham. Enquanto o caminhão faz a curva lá no fim da rua, eles vão amontoando aqueles sacos pretos em pontos estratégicos. Quando o caminhão estaciona é só atirá-los pra dentro da caçamba. Outra coisa: estudaram sim. Têm pelo menos têm o ensino fundamental completo, o que no Brasil é  grande conquista.
A querida Leda Flora, primeira à esquerda,  que também já brilhou no jornalismo político de Brasília, participou do nosso brinde à  vitória de @maria_lima Também participaram da comemoração,além da turma habitual, as queridas Carmensita de blusa branca ao lado do único homem engravatado (@kassatti) e Andiara, a de vestido de bolinhas.

Bem, realmente não sei se jornalistas deveriam ser premiados e se esses prêmios deveriam ser rotinas. Todo ano, aquela mesma coisa, quem se destacou nisso ou naquilo. Eu só sei dizer, que o prêmio da nossa Maria Lima foi mais que merecido. O ano passado foi difícil. Vivemos um processo eleitoral pesado. Os ânimos se exaltaram. Muita patrulha. Muita falta de consideração com a diferença; com quem não concorda que o Brasil não vai assim tão bem das pernas; com quem está convicto de que institucionalmente nosso país retrocedeu nos últimos 8 anos.
A vencedora se deliciando com café feito pelo especialista @romoaldodesouza e chocolate da Cacahua
 Ao dar o título de Viva Maria a este post, lembrei-me do filme homônimo de Louis Malle, com Brigitte Bardot e Jeanne Moreau, passado em algum país da América Central. Mariazinha é nossa guerrilheira da notícia, sempre com sua metralhadora a postos!

Mariazinha trabalhou na cobertura, pelo O Globo, da campanha de Dilma Roussef. Teve que se equilibrar na corda bamba para cumprir bem seu compromisso com os leitores e a preservação de relações pessoais importantes à continuidade de seu trabalho.

 
Mas também sabe ser coquete com La Bardot e La Moreau...

Como repórteres não podemos queimar canais de comunicação. Ouviu cobranças. Críticas. Mas não se afastou um milímetro sequer do que entende ser notícia e do esforço que precisa ser feito para conquistá-la. Nos brindou não só com o trivial. Fez a diferença com entrevistas deliciosas, entre elas a do irmão da presidente Dilma. E tudo isso, sem esquecer dos cuidados com a própria beleza e sempre com algum tempo pros amigos. Nossa querida recém completou 20 anos de O Globo. E tantos anos de casa só foi possível  com muita ralação e bajulação zero. Viva Maria!!!

Saiba mais sobre o filme:
Viva Maria, dirigido por Louis Malle, com Brigitte Bardot e Jeane Moreau, teve a maioria de suas locações no México. Conta a história de Maria II (Bardot), que acabou de perder o pai,  um terrorista irlandês, que se encontra com Maria I (Moreau), uma cantora de circo no interior de um país imaginário da América Latina em 1907.
Maria II resolve fazer parte do circo com Maria I e quando as duas fazem um número de canto, elas acidentalmente inventam o strip-tease, o que torna o circo famoso.Durante suas aventuras com o circo, acidentalmente elas conhecem um líder socialistas e as duas acabam se tornando líderes de uma revolução.

(Fonte Wikipédia, mas pode confiar, é isso mesmo. O filme está disponível em DVD)

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Amigo é pressas coisas!!!

por Clara Favilla

Hoje eu estava naquela de "até beijo de novela me faz chorar". Mas não me entreguei à tristeza domingueira, companhia daqueles que tem seus amores, por contingência ou decisão, vivendo longe, além mar, além daquela rua, daquela cidade e mesmo no Além. Atravessaram o Atlântico, a rua, dobraram a esquina. Uns sem nem dizer adeus.  Uns voltam de vez em quando como visitas. Outros, nem isso.

Nessas horas, quase sempre matinais, temos duas opções, nos abater por completo ou arrumar uma razão para "manter a mente aberta, a espinha ereta". O melhor é procurar um ninho quentinho o mais perto possível.  Amigo é que nem amor. O melhor é que o está ao alcance da mão.

Fui apresentada, neste domingo, a chamada Culinária Viva (os ingredientes não são cozidos). Na foto, o chuchu marinado em sal e limão. Delícia!

Agora que temos esse milagre da comunicação instantânea, o twitter, é mais fácil saber quem está dispostos a nos receber, naquela exata hora que precisamos, de coração e braços abertos. Então, me candidatei, por meio dele, a conhecer a casa da querida @ruthmarias (Ruth Maria Scaff),  que mora numa chácara bem perto da minha casa aqui no Lago Sul.  Antes botei água nos meus dois bonsais. Ajeitei a comida para Naná, a minha vira-lata fofa.  Explicações de como chegar devidamente anotadas, já estou na estrada.

Não sabia que o filho da amiga Ruth, o Daniel,  além de ter feito curso de Culinária Viva, é também expert em pratos vegetarianos tradicionais. Ele fez uma obra-prima com abóbora.

Posso dizer que foi uma sábia decisão. assei uma delícia de domingo,ao lado da Ruth, do filho Daniel, de seus dois netos, da amiga Sandra (artista do mosaico).

 
Salada só de orgânicos:alface, chuchu,cenoura, rúcula... e a surpresa de abóbora em preparação.


Corta-se a abóbora com casca em quadrados pequenos, retira-se um pouco da polpa e leva-se a cozinhar no vapor. Pode ser numa cuscuzeira.


Depois de um  pouco cozida, recheia-se com queijo fresco temperado, mais um toque de canela. Leva-se ao forno, que já deve estar bem quente, alguns minutinhos. Enfeite com salsa ou manjericão para servir.  Realmente uma delícia.
Eu fiz um macarrãoao molho de atum que levou  alho, cebola, muita salsa e cebolinha recém colhidas. Modéstia à parte, ficou muito bom. Na foto, Daniel e Sandra.
Depois desse delicioso almoço a quatro mãos, muito papo regado a café e capucino feitos pelo Daniel numa máquina Nespresso lindona, que ocupa lugar de honra na aconchegante sala de TV da casa da querida Ruthita. Com tudo isso, quem se lembra de ser triste, não é mesmo?

Eu e o queridíssimo Daniel que conheci menino e só reencontrei agora papai de duas lindas crianças. Nossa, não tem foto com a Ruthita! Fica pra próxima...

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Consultório sentimental: Minha casa virou hotel. Ou melhor, motel...

Queridos leitores,
como já dissemos, ao fazer este Blog, a partir do incentivo do nosso amigo Ricardo @Kassatti , não tínhamos a menor ideia de que nossa caixa postal ficaria entupida de pedidos de aconselhamentos sobre a vida conjugal,  questões de trabalho e até de relacionamento com os filhos. Vejam mais este "drama" que nos chegou: 

"Sinceramente queridas amigas do Café & Veneno (posso chamá-las de amigas?), não imaginava que  com dois  filhos já formados, encaminhados na vida, estivesse enfrentando essa situação. Eu e meu marido não aguentamos mais.  Nossa casa virou um hotel. Ou melhor, motel. Os meninos, desde os 16 anos, e já estão com quase 30, se trancam dentro dos respectivos quartos com as namoradas. 

Começaram fazendo isso, quando não estávamos em casa, no nosso horário de trabalho. Agora como também já trabalham, somos três casais na mais imperfeita coabitação. Eu e meu marido, os meninos e suas namoradas da hora. Não todas as noites, é claro, mas quase todas. Fim de semana é de dia e de noite. Não temos (eu e meu marido) qualquer privacidade.

Tivemos que comprar um frigobar pra nosso quarto porque, numa bela madrugada, meu marido levantou-se pra tomar água e encontrou uma perfeita estranha em nossa cozinha,  em trajes sumaríssimos, para não dizer quase nenhum,  em viagem exploratória à geladeira.  Para espanto do meu marido a garota, muito à vontade,  não sou se apresentou com um  - Oi,eu sou a Carina, como lhe perguntou se queria acompanhá-la no lanchinho. 

Meu marido, desorientado, deu meia volta volver e chegou ofegante ao quarto, sem  se lembrar da razão que o levara a cozinha.  No café de manhã, não notamos nenhuma  preocupação com o ocorrido por parte deles. Só uns risinhos e uns olhares de soslaio que nos irritaram bastante. 

A cara de pau dos meus meninos e  de suas tantas namoradas é tamanha que eu e meu marido resolvemos aproveitar as promoções de fim de semana dos  hotéis de Brasília. Saímos de casa na sexta, depois do trabalho, e retornamos no domingo, à tarde.  Assim podemos relaxar e namorar também um pouquinho. Afinal, ainda gostamos disso. Mas quando chegamos em casa, é aquele desgosto. Não tem nada no lugar. Nenhum copo limpo. A pia da cozinha é uma montanha de louça suja. A sala de perna pro ar. Nem vou falar das condições em que encontramos os banheiros. Sobre as camas, toalhas molhadas. 

Realmente não sei o que fazer. Meu marido está até pensando em alugar um apartamento pequeno só  pra nós e deixá-los com este maior. Não vejo meus meninos fazendo qualquer plano de se mudarem. Torram tudo o que ganham em baladas, viagens e bons carros.
Perdão pelo desabafo. Mas acho que  vocês podem  me ajudar a sair dessa situação."

Aguardo algum retorno,
Teresa M. 

Prezada amiga (claro que podemos nos chamar de amigas!)
A minha resposta é bem simples. A solução precisa ser radical. Os teus "meninos"  já estão perto dos 30. São formados e tem empregos. Aposto que você se seu marido equiparam o quarto de cada um deles, ainda na adolescência, com cama de casal, camisinhas na gaveta da mesinha de cabeceira, televisão, computador, estante . Cada um deles tem uma Kit completa na casa de vocês, além de comida e roupa lavada. Pra que  mudar? 

Cada quadra de Brasília tem uma chaveiro, não é mesmo? Troque as fechaduras da casa. Coloque o necessário de cada um deles em malas e deixe-as na portaria  do prédio com um bilhete: "Filhinho, adeus! A tua hora chegou. Vá para um hotel até arrumar um lugar para morar que seja teu. Quando arrumá-lo, venha buscar o resto dos teus pertences. Lots of love, mamãe" Simples assim. Boa sorte!
Este é o "conselho" que posso te dar,
Clara Favilla

Como sempre, o espaço de comentários está aberto aos demais integrantes do Café & Veneno, como também aos leitores.
Vamos , gente, ajudar a Teresa a encontrar a privacidade perdida!

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ela é carioca.. Dicas para dias de chuva.

por Cris Lopes
   Aos meninos que aderem ao Café & Veneno

Depois de uma bela e ensolarada manhã, o Rio muda de cara, entristece-se e chove: lágrimas de São Pedro. De repente, o céu resolve transformar a melancolia em chuva de verão. As gaivotas avisaram desde cedo em voos aparentemente desorientados, sempre em grupos. Voam baixo: haverá mudança de tempo.

 
Carioca adora praia, mas também suspira por modelitos inverno

Somos a turma das rasteirinhas, sapatilhas, vestidinhos de alças e, na moda, o chapéu Panamá... Isso para quem trabalha, pois tem a turma que, como eu, aposentou-se. E os desempregados que dividem o tempo entre o procurar emprego e uma boa praia? O que fazer em um dia de chuva? E os que trabalham na praia, os camelôs que fogem do choque de ordem, o que fazem? Vai-se o ganha-pão.

Se chover por alguns dias, acontece o de sempre, acreditem! No maior calor, a carioca coloca para fora botas e lenços charmosos, antecipando a moda de inverno, o tal, que raramente passa por aqui e exige no máximo um casaco jeans e ankle boots. Não esquecem os óculos de sol, os tais comprados em Miami e com a grife bem grande escrita na haste. Acho interessante. A mudança de vestimenta e comportamento é total.

 
Pedro Vasconcelos estudou primeiro piano e violão.  Teve grande influência do pai, o músico brasiliense Ricardo de Vasconcellos.  Em 1997, aos 15 anos, interessou-se pelo cavaquinho e pela música instrumental, a partir da convivência com o bandolinista Hamilton de Holanda e  de seu irmão violonista Fernando César, o " Dois de Ouro".  Estudou com os professores de cavaquinho e harmonia Rogério Caetano, Henrique Cazes, e Alencar 7 cordas.  Tem Licenciatura em Música, pela Universidade de Brasília.
 

Chuva aqui, no verão, não refresca. Ao contrário, traz um calor abafado, preguento. As pessoas mudam completamente de cara. Atrás de guarda chuvas e às vezes capas, tornam-se tristes. Também, pudera, como viver no Rio sem ver o sol, sem caminhar em trilhas sobre o mar, sem andar de bicicleta na ciclovia? Como ir ao trabalho com roupinha leve e sandálias?

Barzinho com mesa do lado de fora, fica sem uso. Todos procuram os cantos fechados e fogem da chuva. Quem fuma arrisca-se, tem que ir lá fora fumar, mas isso é detalhe.Tenho meus truques: tuito com amigos queridos, ponho a leitura em dia, durmo mais do que a cama permite e ouço música, muita música. No momento ando apaixonada pelo CD Aquário - Primeiro, com belas composições de Pedro Vasconcellos, músico de Brasília, terra de muita música e do Clube do Choro. Aproveito este momento para declarar, mais uma vez, meu amor a Brasília.
A chuva não para. Voltarei ao meu livro e recomendo: leiam “Equador”, de Miguel Sousa Tavares. Vão adorar.

Saiba mais:

Equador é o primeiro romance do escritor e jornalista português Miguel Souza Tavares. Foi publicado em 2003 com grande repercussão dentro e fora de Portugal. A trama se passa no início do século XX , quando Luís Bernardo é chamado pelo rei Dom Carlos  e viu-se diante do desafio de abandonar a vida despreocupada que levava em Lisboa para ocupar o cargo de governador na Ilha de São Tomé. O desempenho das novas funções o envolve em uma rede de conflitos de interesse com a metrópole.

Tarde no sex shop: tudo pra manter acesa a chama!

Por: Tem roupa na corda

Não quero discutir questões de gênero e longe de mim ter um papel feminista ou machista. Adoro mulheres e homens nas devidas proporções. O que me chama atenção no bicho mulher é que cada uma tem sua paranóia. Inclusive você que está lendo este simples post. 
 

Não precisa ranger os dentes e nem se sentir diminuída. Somos assim. Inclusive eu que aqui escrevo. Já tive inúmeras experiências de paranóias femininas. E devo confessar que me divirto horrores com isso. 

Um das minhas amigas, por exemplo,  passava por crise de relacionamento. No caso dela era uma crise a cada três  meses. Três ela passava desconfiada e outros três brigando e tentando não perder o macho que pula murro, cerca, elétrica ou de arame farpado...ou seja um campeão olímpico  na arte de saltar obstáculos. Uma pena que o moço, na altura com 40 anos, deixava rastro. Sempre deixam rastros.

Numa dessas ela resolveu mudar: Me liga e pergunta se eu posso acompanhá-la ao sex shop para umas comprinhas. Eu, a descolada, que não dava (Aqui, eu a editora,pergunto: porque o verbo no passado?) a mínima importância em entrar e sair do estabelecimento fui. Bem animada desço em frente ao estabelecimento num bairro nobre da cidade.  Espero-a na porta. Carros passam..e me observam e eu colada na vitrine entre fantasias de enfermeiras, bombeiros...Ela, mais recatada, deixa o carro numa outra quadra.

Ela cabisbaixa entra na loja. Eu fui direto ao local onde estavam as fantasias. Tinha de onça, de enfermeira, de noiva, e outras  tantas. Ela balançava a cabeça que não queria aquilo. Ok, você  venceu. Passamos para a parte de acessórios. Ai...os acessórios. Tinha de um tudo lá.   

Nesse meio tempo, entram mais pessoas na loja. Um casal. Coitada da moça quase andava  de quatro (de vergonha). Ela se escondia entre vibradores rosas, amarelos, roxos.   

Roxo...um vibrador que faltava falar de tão moderno naquele tempo. Ele rodava, ele vibrava, era uma maravilha. Agarro-o  e mostro para minha amiga. Veja que espetáculo, exclamei! Nisso, a tal mocinha quase entra embaixo da estante de tanta vergonha. E a amiga que eu acompanhava (na verdade, estava ali prestando um serviço de utilidade pública), também perto de um desmaio, me diz:  "o que meu marido vai pensar se eu comprar uma coisa dessas?"  Eu leve e faceira respondi: que você é maravilhosa e gostosa. Mesmo assim,a amiga não quis de nenhuma maneira levar tal preciosidade pra casa.

Bom, chegamos,então, ao setor de pomadinhas, cremes e óleos. Parecia aquelas barracas de ervas do Mercado Ver o Peso, em Belém. Tinha produto pra tudo . Um que levantava, outro que abaixava, outro que anestesiava, outro que cheirava, um que esquentava. 

Minha amiga, de repente, enlouqueceu e começou a comprar tudo. A vendedora tinha uma 60 anos e contava maravilhas . Dizia ter  marido 30 anos mais jovem e que usava tudo.  Minha amiga que estava com tudo em baixa se animou e falou quase sussurrando no ouvido da atendente: Sabe..quando o homem chega aos 40 já não é o mesmo, né? 
Os ministérios da Saúde, da Cultura e das Minas e Energia advertem: usar sem ler a bula, em vez de diversão dá apagão...

 Ai eu pulei alto. Que que é isso? Um homem com 40 anos é um espetáculo. O seu é que deve estar bichado. Não agüentei a ofensa para homarada de 40. Isso eu não admito. Fiz discurso em defesa enquanto clientes mais tímidos se espremiam nos esconderijos que encontravam. 

A amiga afoita gastou prá mais de 400 reais de cremes , óleos e pomadas.  Levou aquela tralha toda pra casa. Eu, que sou muito agitada, não consegui entender como ela faria pra não usar um produto de forma errada. Não roguei praga, mas na manhã seguinte ela me liga.
Não deu outra: ela fez uma confusão danada com aquele monte de creme e usou anestésico quando devia ter usado outro daqueles 30 produtos que comprou.  Tadinha,ficou mais uma vez a ver navios. Resultado os produtos eram a base de cânfora e foram parar, depois de retirado os rótulos, na farmacinha da casa para serem usados em caso de quedas das crianças.

 Dica da editora:

Para as mulheres que ainda têm vergonha de ir a Sex Shop, funciona no Shopping Morumbi (SP) a La Isla Sensual Store, uma boutique  dedicada ao prazer da mulher com produtos diversos, entre cremes comestíveis, géis perfumados e lingeries.

Saiba mais:
Segundo a Associação Brasileira de Empresas do Mercado Erótico e Sensual (ABEME)
  • No Brasil o segmento movimento R$ 1 bi/ano.
  • Em 2010, 70% dos consumidores são mulheres; em 2009 eram 31%.
  • O segmento é responsável por 50 mil empregos diretos
  • São 3 mil as vendedoras domiciliares de produtos.