terça-feira, 26 de abril de 2011

Páscoa de encontros e reencontros ...

Por Clara Favilla

Eu e amiga Memélia temos muitos pontos em comum e um deles é o afeto pelos nossos ex-maridos e respectivas esposas. Esse domingo de Páscoa foi mesmo abençoado para mim que, até bem pouco tempo, vivia enclausurada, protegida por amizades antigas e confortáveis paredes familiares.

Neusa e Memélia em vermelho
Depois do almoço de Páscoa, em família, e uma passada na Feira da Torre de TV para comprar uma pequena fonte a abajur para o quarto da netinha recém-nascida, Luísa, Memélia me apresentou Neusa Cavalcante que, segundo ela, ajudou na criação de suas filhas Cristina e Helena. Era já fim de tarde, e nos encontramos no Café Fellini 

Neusa é arquiteta, escritora.  professora da Universidade de Brasília, filha de mãe judia polonesa e comunista, e de pai  nordestino sertanejo, também comunista. Os dois já falecidos.O codinome do pai, Ferro, está citado em livro de Graciliano Ramos. Já morou no Rio, na Bahia, Canadá e Inglaterra. Conheceu Moscou e Leningrado em 1982, o suficiente para escrever para mãe horrorizada com o "paraíso" encontrado.

Fico sabendo quase de imediato que os caminhos de Neusa se cruzaram, direta e indiretamente, com duas pessoas  que me são muita queridas, minha filha Isabel Favilla  (flautista e fagotista) e minha sobrinha  Ana Carolina Favilla, arquiteta urbanista. Isso porque Neusa,  foi casada com Carlinhos (já falecido),  professor e diretor da Escola de Música de Brasília, pai de seus três filhos, e fazer parte do corpo docente da UnB.

Ela se lembrou, inclusive,  do excelente trabalho final de graduação, apresentado por Carol, e toda a polêmica que despertou. É que minha sobrinha, com o apoio da professora orientadora  ousou dar uma destinação integrada à Rodoferroviária de Brasília, projetada pelo "deus" Niemeyer. A banca se dividiu, a polêmica se instalou e eu, que estava ali na plateia, tive que me segurar pra não dar um escândalo tantas as bobagens que eu ouvi. O importante é que o trabalho de Carol jamais será esquecido e um dia lhe farão justiça

Arroz com aletria e nozes
Mas voltando à Neusa. trata-se também de uma cozinheira de mão cheia. Fiquei sabendo que o almoço de Páscoa na casa da filha de Memélia foi levado pronto por ela e o marido, o pai de Cristina: pernil de carneiro e arroz com aletria e nozes (mais adiante dou a receita que ela gentilmente me passou). Uma filha de mãe judia,especialista em comida árabe. Pessoa interessante essa Neusa,não é mesmo? Claro que marcamos novos encontros para falar um pouco de tudo ou muito de pouco.
                                                 
Então, neste post agradeço à querida Memélia  ter me apresentado tão interessante e boníssima pessoa. Aproveito também para dizer como é interessante conviver com essa amiga que vive tão bem aqui,  como em aldeias indígenas, às margens do Araguaia, no Rio de Janeiro de frente pro mar, em Paris, ou em Orlando,Flórida, com o marido, em um condomínio entre as franjas da Minie. O mundo é a praia de Memélia e seu modo de vestir espelha isso. Olhem só!!!

Luxuoso anel africano, esqueci de que país. Sorry!

Luxuosa pulseira africana, de outro país, combinando com relojinho do Minie
 Gente, essa bolsa não é simplesmente demais!


E para deixar o nosso Domingo de Páscoa ainda mais feliz,  olha só quem apareceu,sem combinarmos, no Fellini, a querida Graça Ramos, com o marido Benjamim e amigos.  Graça começou  conosco no jornalismo. Depois se enveredou pelas Artes Literárias e Plásticas. É especialista em Machado de Assis e foi curadora da recente exposição da amiga fotógrafa Graça Seligman, no Museu da República: China - Um olhar estrangeiro.

Receita do Arroz da Neusa

Três ou quatro ninhos de macarrão cabelo de anjo (menos da metade de um pacote de 500g)
Duas xícaras de arroz
Óleo para fritar o macarrão ( dois dedosa partir do fundo da panela é o suficiente)
Uma xícara de nozes picadas.


Modo de Fazer
Quebrar os ninhos de macarrão com as mãos e fritá-los o macarrão até que fique bem marronzinho.
Pode fritá-lo de véspera, tirá-lo com uma escumadeira e deixá-lo escorrer em papel toalha, já que absorverá  quase todo óleo. Trocar de papel quando o grosso do óleo estiver escorrido.
Fazer o arroz normalmente com azeite e cebola (pequena) cortada.
Usar 4 xícaras de água quente para as duas de arroz. 
Quando o arroz estiver quase seco misturar a aletria e as nozes picadas.                                                     

4 comentários:

  1. Minha querida Clara, que beleza ler os seus textos amiga!!!!! você é uma pessoa adorável que reencontrei pelo twitter. Foi demais!
    A propósito, o mundo é um moinho!! A Memélia que o diga!! Voltas, voltas e mais voltas e a gente se reencontra para celebrar a vida!! Estou em Sp mas já com saudades de Brasilia onde estão meus melhores amigos!
    Ahhh, outra, o Niemeyer é um grande escultor. Fiz uma exposiçao em Milão sobre o lado escultural da obra dele. Minhas fotos foram publicadas no Tutto Citta, o guia cultural semanal do La Republica, o mais lido e mais interessante da cidade.
    Já o lado funcional do grande arquiteto .........!!!!!!!!!!
    bjssss
    graça seligman

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  2. Volta logo pra Brasília, minha querida!!!
    Beijos da Clara

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  3. É verdade, Graça. O twitter nos aproximou depois de longos anos de distância. Viva o twitter! Viva "nois" e nossa amizade!

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  4. Que encontro delicioso. Certamente o papo foi mais gostoso que o prato de pernil e olha que quem diz isso é um guloso de primeira. Parabéns pelo post, Clara. Beijo Meméilia. Prazer, Neusa.

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