por Cris Lopes
Uma ida inesperada ao Leblon ofereceu-me um belo passeio pelo bairro. Gosto dali. Quando vim de Salvador para o Rio, com um ano de idade, fui morar no Leblon, bem ali na João Lira. Apeguei-me tanto ao bairro que, anos depois, voltando ao Rio, fui morar na Gávea exatamente na rua onde termina o Leblon.
Meu apartamento dava a frente para a rua Bartolomeu Mitre e a vista era para o Jóquei e a Lagoa. Não sei por que falei no passado. O apartamento ainda está lá, quem se mudou fui eu. O Leblon, de bairro pacato e familiar, passou a bairro chique, caríssimo e frequentado por celebridades e pessoas de alto poder aquisitivo, pois morar ali requer grana.
Bom, voltemos ao meu passeio. Depois de um sorvete bem gostoso e andanças pelas ruas do bairro, onde não resisti contemplar as lindas vitrines, um passeio pela orla. Que delícia, praia praticamente vazia, mar da cor de que eu gosto, ar puro e a vista majestosa do Morro Dois Irmãos.
Para variar procurei um banquinho para sentar, fumar um cigarro (não me recriminem, por favor) e pensar na vida. Como é bom pensar diante do mar! Ideias vão surgindo, problemas ficam pequeninos e tudo fica azul. Depois de tantos pensares, dos miolos queimando, comecei a caminhar e fui longe,cheguei ao Arpoador, outro lugar bonito por natureza.
Caminhando, começo a observar as árvores, as escolinhas de vôlei repletas de crianças e, claro, outras pessoas em volta. Umas passam pedalando, outras caminham quase correndo e algumas vão pela ciclovia de patins. Sim, patins. Coisa muito frequente por essas bandas. Eu lá, sem roupa especial, de bolsa e com resultados de exames médicos nas mãos. Ri disso. Destoava completamente.
Foi aí que me deu a louca. Peguei um ônibus para a direção oposta: Barra. Lá fui eu passear em outra orla, ver outras pessoas e curtir uma nova vista. Já morei na Barra e não gostei. Para tudo é preciso de carro, montão de novos ricos e lugares com nomes em inglês.
No New York Center chegaram a colocar uma réplica da Estátua da Liberdade. Vejam só.!Mas o mar ali é lindo. Mar aberto enfeitado pelas ilhas Tijucas. Daí o nome: Barra da Tijuca. Nada a ver com o bairro Tijuca. Nem perto é.
Voltei para casa feliz. São assim os passeios de que gosto. Água de coco na orla, sorvete do Moraes no Leblon (agora só na carrocinha e aos domingos) e muita gente desconhecida ao redor. Cansou? Tenha sempre um livro na bolsa. Assim posso sentar em um dos bancos e ler ao ar livre. Mais simples e gostoso do que isso, impossível.
Sempre afiada. Eu também não gosto da Barra de hoje. Gostava da dos anos 60. Um cheiro, Chico Bruno
ResponderExcluirAcredite se quiser,mas ainda não conheço o Rio.
ResponderExcluirNesse texto você demonstra todo o carinho que tem pelo Rio. Essa simplicidade, honestidade com que você escreve é encantador.
Esses passeios a beira mar são lindos. Poder sentir a brisa no corpo nos renova sempre.
Beijo
odila
Cris, como eu falei no twitter, estou adorando a Barra. Fiquei sabendo por você a origem do nome Tijuca. Já havia perguntado o nome daquelas ilhas em frente à praia da Barra. Ninguém sabia. Bom conversar com você. A gente sai mais rico :). Assinado: Itacimirim.
ResponderExcluirDeu vontade de ver o mar. pena que não moro tão perto...vai ficar pro fim de semana. Bjs querida. Adoro seus textos. São vivos!
ResponderExcluirCris, que leitura agradável! E melhor ainda, profunda como o mar...
ResponderExcluirgrato,
ABC fraterno (Abraço e Beijo Cezimbra)
P.S.: e de lambuja ainda descobri a identidade do Super-Itacimirim!
Tirando o cigarro, adorei!
ResponderExcluirbjs
Adorei, Cris!
ResponderExcluirCom toda a idiossincrasia do Rio, "vista" por inúmeras lentes e mentes, a cidade ainda é bela e pode oferecer caminhos agradáveis e saborosos pra todos os gostos e momentos.
Bjo
Por alguns instantes, lendo seu texto, me senti como se ali estivesse, bem ao seu lado. Vendo, sentindo e vivendo o momento. Obrigada por me proporcionar isso! Adorei o texto.
ResponderExcluirRay
Ainda não tive a oportunidade de viver alguns dias no Rio da maneira como convém a um "dino", mas quem sabe possa fazê-lo ainda nesta encarnação. Minhas passagens por aí não foram além de Niterói, das barcas (não andei pela ponte!) Praça XV, Botafogo, Praia do Flamengo, Lagoa Rodrigo de freitas, Corcovado e Copacabana. Espero ver os 80% (?) restantes e igualmente atraentes. Quando for lhe aviso para desfrutar desse sorvete, das leituras e das boas conversas. Amém.
ResponderExcluirCris, você faz do Rio uma poesia mais linda do que a própria cidade, nunca imaginei que isto era possível. Bjs
ResponderExcluirO Rio pelas suas mãos é brisa..e o Rio merece ter mõas assim..que cuidem dele. Lindo texto...doce..delicado. Para os apaixonados pelo Rio, como eu, nada melhor que shortinho, sandalinha e rua..com sorvete..água de coco..e a brisa..Ai a brisa que me encanta. Viva o Rio! Viva a Cris!!!
ResponderExcluirPenha Saviatto
E o Rio de Janeiro é mesmo de fevereiro e março...lindo Cris. Estou lhe seguindo no TT.
ResponderExcluirCris, obrigada por mais um texto. Gosto de suas crônicas.
ResponderExcluirRegina