terça-feira, 31 de maio de 2011

"Islã – Arte e Civilização" , no CCBB de Brasília até julho...

Por Clara Favilla

Se você ainda não foi, vá e leve a família. Depois de passar pelo Rio de Janeiro e São Paulo, está em Brasília até desde 26 de abril e aqui ficará até 03 de julho, a exposição "Islã – Arte e Civilização"está desde  de abril, no Centro Cultural Banco do Brasil. São mais de 300 obras que contam 1.400 anos da história do Islã.  A exposição fez parte  da programação que comemorou os 51 anos da cidade.


Eu fui com a minha amiga, a fotógrafa Gouthier, fomos logo depois que a exposição foi aberta,  e nos emocionamos com toda beleza que vimos em obras provenientes dos acervos do Museu Nacional de Damasco, Museu Aleppo e Palácio Azem (Síria), do Museu Nacional do Irã,  do Museu Reza Abassi e Museu do Tapete, também do Irã.


A exposição também conta com preciosidades da  da Biblioteca e Centro de Pesquisa América do Sul-Países Árabes (BibliASPA) vindas do Marrocos, Mauritânia, Líbia, Líbano, Burkina Faso e Brasil, além de peças do Mali, Níger e Nigéria do acervo da Casa das Áfricas.



A tapeçaria exposta é de rara beleza, assim como as joias e peças decorativas. Uma das partes que mais gostei foi a reservada a arte da Caligrafia, com páginas e páginas do Alcorão. Belíssima. Realmente imperdível.


Visitação:  Terça a domingo, das 9h às 21h. 
Local: CCBB Brasília - Setor de Clubes Sul, trecho 2.

domingo, 29 de maio de 2011

"O que tem de acontecer tem muita força"

Por Clara Favilla

O livro 'Saga Brasileira - a história de um povo por sua moeda, de Míriam Leitão,  está no topo dos mais vendidos, nos últimos dias. O lançamento começou pelo Rio (17/05), depois Brasília (24/05) e por último em São Paulo (26), sempre com sucesso de público.  

Fiz questão de começar a sequência de fotos, por esta. A autora na apresentação do livro agradece a Sérgio Abranches (logo atrás), "companheiro de tantas aventuras", que a apoiou no enfrentamento dos desafios inerentes à tarefa. Trata-se de um livro necessário. Precisava acontecer do jeito que aconteceu. Desistir dele não era a opção aceitável, ouvia repetidamente do marido.
Eu e a amiga
A autora merece a repercussão de sua obra.  Profissional dedicada, ousou falar de um Plano, o Real, que mudou o Brasil, sem academicismo, como se conversasse com o grande público que a lê em O Globo, a vê na TV Globo, a escuta na CBN e interage com ela no Twitter. 

Escreveu o Saga Brasileira com o coração e o dedicou aos filhos de quem diz ter roubado tanto tempo de delicioso convívio para seguir as histórias nele narradas.   Certamente o livro se tornará uma referência para quem se debruçar sobre as décadas de construção da democracia e da estabilidade monetária no Brasil. 

Eu com a família Abranches: Jane, Fernando, Sérgio e sobrinho
Mirinha mora no Rio com o marido, cientista político com os dois pés no jornalismo.  Mas o coração dela bate forte em Brasília. Os dois filhos, já casados, também jornalistas, Vladmir Netto (TV Globo) e Matheus Leitão (Folha de São Paulo), moram na cidade, onde nasceram seus dois netos e um terceiro nascerá em setembro. 

Nira e Miríam, amizade de toda a vida
"Éramos, então, jovens, obstinados e solidários", disse-me ela, certa vez via Twitter.  Hoje já não somos jovens, mas certamente continuamos obstinados e solidários. Queríamos  uma carreira, de preferência nos melhores veículos do país, e cuidar o melhor possível de nós mesmas e dos que nos eram próximos. Queríamos que o Brasil avançasse.  E isso aconteceu.

Nélia e Leonêncio Nossa
O amor pelo ofício de observar, apurar, analisar, escrever, dialogar nos une. Uma rede maravilhosa de amigos comuns, jornalistas ou não, nos sustenta. Outro ponto em comum é a origem. Somos de família  simples, mas que plantou nos filhos o amor ao estudo, aos livros, à busca do conhecimento.
Também somos das Gerais. Ela de Caratinga. Eu de Ouro Fino. Paro por aqui, as afinidades dariam outro post.
Nélia e Fernando Luz

Registro que a galeria de fotos é só de amigos. E, assim mesmo, de nem todos que compareceram à Saraiva para o lançamento. Só dos que consegui fotografar, em meio a empolgação do momento (rs). O diretor do Bacen entrou aqui porque está com o Gustavo. O álbum completo está no meu FaceBook.

Como viram, o lançamento do Saga Brasileira,  em Brasília, foi também uma festa de encontro e reencontros de amigos orgulhosos da Míriam Leitão. Foi outra noite, não de autógrafos, mas de dedicatórias, como definiu um diplomata amigo ao Sérgio Abranches. A frase do título é de Guimarães Rosa. 
 Amália Maranhão e Mirian Guaraciaba

Míriam e Abranches com as meninas do @cafeveneno: Penha e Kátia
Vladimir Netto, Cristiano Romero, Eliane Catanhede e Maria Lima
Sérgio Leo fazendo pose
Sheila d'Amorim e Míriam
João e Inácio
Luiz Pereira, do Bacen, e Gustavo
Beatriz, Marco e Míriam
Jocimar e Míriam
Vladimir, Moreno e Mateus
Eduardo Badu e Abranches

Leda Flora, Laerte, Mariângela e Suzana Veríssimo
Vanda Célia, Mariazinha e Soninha
Miríam e o casal amigo Ronaldo Sardenberg e Célia

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Palocci precisa se explicar porque nós, simples contribuintes, temos que nos explicar o tempo todo...

Eu, como editora estava respondendo, no espaço de comentários, a questão colocada pela prezada leitora Maria Tereza, a  partir do post de Katia Maia sobre Palocci. Mas como a resposta ficou demasiado grande resolvi postá-la. Aqui vai:

Prezada Maria Tereza,

O pai do caseiro tem nome e endereço conhecido, amplamente divulgado na época. Tem posses e por não querer reconhecer Francelino fora do casamento (o que é perfeitamente possível  pela legislação em vigor) o que implica deixar-lhe herança, deu-lhe uma espécie de indenização de 30 mil reais. Veja bem, 30 mil reais!

A Constituição de 1988 aboliu, no Brasil, a figura de filho ilegítimo. E por isso, é considerada, nesta questão, umas das mais avançadas do mundo. Francelino pode a qualquer momento, mesmo não tendo sido reconhecido, pleitear a parte que lhe cabe no patrimônio paterno. Mas me parece que ele não gosta de confusão.

O fato é que ele foi vítima, no caso a quebra de sigilo bancário, de um crime que teve inclusive a participação, infelizmente, de jornalistas, que depois trabalharam no governo Lula e, agora, no governo Dilma.


Segundo relato, divulgado dias desses,de Paulo Nogueira, então editor da Revista Época, em Brasília, foi o próprio Palocci, como autoridade máxima financeira, que quebrou o sigilo do caseiro, ao lhe entregar em mãos os documentos.

 Não consta que a partir desse episódio, o caseiro Francelino tenha licita ou ilicitamente enriquecido. Quem enriqueceu depois de deixar o governo e ir para o Legislativo, foi Palocci. Não adianta, o Lula dizer que tudo que o ex-ministro fez foi legal e está declarado Receita. Ou acharem que parte da grana não foi pro bolso dele e  sim do Partido.

O fato é que, sem canais preferenciais nos setores públicos e privados não teria enriquecido tanto assim. E as explicações que tem dado até o momento são arrogantes, um escárnio para a quase totalidade da população brasileira que trabalha e paga corretamente seus impostos.

Vamos dizer que Francelino mentiu ou que foi manipulado. Trata-se de uma pessoa humilde que só ficou esperta, no bom sentido depois que a vida lhe deu uma rasteira e e ser exposto publicamente. Poderia ter sido manipulado por um lado ou por outro.

Essa compreensão não podemos ter com Palocci, pessoa estudada, articulada e, pelo que nos constava, comprometida com as boas causas. O ex-ministro não é exemplo nem como profissional da saúde, nem como parlamentar, nem como ministro e, o pior, nem como pai e marido.

Obrigada pela atenção.
Um grande abraço

terça-feira, 24 de maio de 2011

No Planeta Brasil, cidadãos contribuintes pobres mortais e Palocci...

 por Katia Maia

Claro que eu sei perfeitamente a diferença que existe entre mim  e milhares brasileiros (mortais contribuintes que mensalmente penam para ficar em dia com suas dívidas) e um ministro de estado como o da Casa Civil, Antonio Palocci.

Mas, particularmente um ponto me chamou a atenção nos últimos dias. É dito e sabido que Palocci está numa saia justa com o enriquecimento extraordinário de sua empresa no ultimo ano e, pior, com a fantástica quantia de R$ 10 milhões em apenas dois meses. Justamente no período este em que já estava na coordenação de transição entre os governos Lula e Dilma.

Antes de ir adiante, queria abrir um parêntese e deixar claro que tive admiração pelo Palocci. Achava-o (até) um cara centrado, bem intencionado e focado. Gostei da condução que ele deu á política econômica no inicio do governo Lula.

Na época, tive a oportunidade de assistir a algumas reuniões de coordenação que o Lula promovia com os ministros e o Palocci era sempre coerente com suas colocações. Eu achava ele super ‘ok’ (confesso).

Mas, claro, não deixei de me indignar com a história do Francenildo (o caseiro). É feio tropeçar nas próprias pernas. Mais feio ainda é insistir no erro e repetir.
Caso 01 - o caseiro Frnacenildo

Bom, mas agora, a história é outra. É o enriquecimento rápido que incomoda e que requer explicações. Como o Palocci comprou – por meio de sua empresa – um apartamento de R$ 7 milhões?

- Pois é ministro, como?

Isso é o que me faz diferente de Palocci. Primeiro porque não tenho essa quantia para comprar qualquer imóvel – mas isso todo mundo já sabe. Meu contracheque e minha declaração de Imposto de renda mostram isso perfeitamente.

O segundo ponto é o mais interessante: é que diferentemente do que está ocorrendo com o ministro, eu fui no passado, procurada pela Receita Federal para explicar como eu tinha comprado um apartamento que destoava da minha capacidade financeira.
Caso 02 - 20 milhões de reais!
Lá pelos idos da década de 90, eu comprei um imóvel de três quartos em Brasília, na Asa Norte, com 148 metros quadrados. Um sonho. Na época eu era casada. Na época meus pais e os pais do meu esposo fizeram um esforço concentrado, ajudaram o jovem casal que, por sua vez, raspou o tacho com 13º salário, FGTS, economias, férias e o que mais viesse. Mesmo assim, não inteirou dois anos para que o fisco batesse à nossa porta.

Queria sabe como eu (e meu digníssimo) tinha comprado aquele apartamento?

Pois é Receita Federal. Eu tive que rebolar para comprovar. Afinal, havia uma parte do dinheiro proveniente de doações paternas.

Na época, o mundo era menos digitalizado. Tive que correr atrás de extratos bancários para copmprovar que havia um dinheiro na conta do meu pai e do meu sogro, que havia saído da conta deles, que havia ido para a nossa (do casal) e que isso justificava a compra.

Foram necessários quase 10 meses para que os microfilmes dos extratos bancários fossem disponibilizados. Nesse período, o fiscal da Receita nos procurava freqüentemente. Em cada encontro, ele percebia que eu não era laranja, não desviava, não lavava, não enxaguava ou passava dinheiro. Mesmo assim, ele repetia:

- Eu sei, mas preciso de provas.
p.s. O processo (meu) só se encerrou quando consegui (finalmente) mapear o caminho do dinheiro – da conta do meu pai, para a minha conta, para a conta do proprietário do imóvel. Tudo documentado numa época em que o mundo não era tão online. Agora, por que o ministro não abre suas contas e revela de onde veio o dinheiro que o possibilitou comprar um imóvel de R$7 milhões?

É isso que me faz diferente do Palocci. Eu, pelo menos, estou tranquila e pobre (rs).

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Minha casa, minha vida: Lindinha por dentro e por fora... como a dona, nossa querida Mariazinha...

Era uma vez uma menina e seus doze irmãos. Quando criança, gostava de andar à cavalo com o pai pela fazenda, ainda de madrugada. Nasceu com belos olhos e o tempo lhe acrescentou lindos cabelos. Fez, então, duas tranças e não ficou feito Rapunzel esperando o príncipe encantado. Estudou e foi à luta como se nada tivesse de seu. Nenhuma herança. Nada.

Mariazinha adora se levantar e namorar suas flores pela janela
Começou a ralar no jornalismo pelo  Correio Braziliense, no dia exato que Tancredo Neves, na véspera de ser empossado Presidente do Brasil , deu entrada no Hospital de Base de Brasília, 14 de março de 1985, para ser declarado morte em 21 de abril, em São Paulo.

Generosa,compartilha a beleza que vê com os amigos do Twitter
Mariaziinha tem mais de 20 anos de O Globo e o reconhecimento de chefias, fontes, colegas, leitores e dos eleitores que a fizeram ganhar, este ano, o Troféu Imprensa (categoria Impresso). Que mais? Tem uma legião de amigos/fãs e, correndo em raia paralela e única, na grande pista de seus afetos, o filho lindo, Gustavo.

Janelas pintadas de branco, ela é romântica!

Mariazinha tem delicadas xícaras antigas que atestam sua natural delicadeza
A fonte no jardim comprova seu gosto eclético
Luminária de Graça Seligman foi um plus interior

Cores que comprovam o jeito afável de ser

Detalhes da varanda
Mariazinha ama a casa que construiu, mas o que ela amas mais é gente!
Mariazinha, eu e Penha. Faltamos na outra foto
É uma delícia cozinhar na casa dela. Mas é melhor  levar os ingredientes que precisa ou pedir para ela comprá-los. Fazer a lista direitinho e levar as panelas apropriadas. Não vai chegando e achando que a casa por ser  linda a cozinha é toda equipada (risos). A macarronada foi feita por mim.
Felicidade é tudo, né Leda Flora?
Muito boa essa rede, em Dona Ruth?
Gente, esse é o primeiro post da série Minha casa, minha vida. Outros virão. Este está apenas começado. Aguardo contribuições via e-mail (cafeveneno@gmail.com) ou no espaço comentários do blog. Beijos pra nossa queridíssima Mariazinha e a sua legião de amigos.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Usado ou novo e esquecido? Troque, venda!!!

por Katia Maia


Sempre Gostei de trocar coisas, mas estava longe de imaginar que isso poderia se tornar uma tendência. Não venho aqui dizer que fui vanguarda e minha idéia virou realidade. A idéia, claro, não é só minha. Há de haver – e há – pelo mundo zilhões de pessoas que adoram realizar ‘troquinhas’ entre amigas. 
Pois bem, isso virou realmente uma ‘onda’ e nos Estado Unidos já se reflete em centenas de sites que apregoam: não possua, compartilhe! É o já batizado ‘consumo colaborativo’
Eu sempre gostei de ganhar roupas de outras pessoas. Sentia que estava fazendo algo certo de alguma forma Até quando eu herdava as roupas da minha irmã mais velha eu ficava super feliz. Sei lá. Acho que eu pensava algo como – eu achava aquela roupa tão bonita e agora ela é minha. Será que era inveja? Não, não acredito. Era mais um sentimento de satisfação de poder possuir algo que eu achava legal e, mais, que eu não precisei gastar nada para tê-lo. 
Ok, sempre fui meio ‘pirangueira’ como se diz na minha terra (Recife-PE). E para quem não sabe o que isso significa, eu já traduzo: mão de vaca!
A verdade é que esse meu lado pirangueira me tornou uma pessoa mais previdente, mais racional com o consumo e menos perdulária. O perfil perfeito para uma sociedade que está entupida de ‘stuff’.
Há uns quatro anos, resolvi promover um evento de trocas entre amigas. Combinamos que faríamos aquela tradicional faxina em nossos armários e nos reuniríamos para ‘share’ aqueles artigos que não quiséssemos mais ou que tivéssemos comprado e nunca usado. Sim, porque isso é mais comum do que se imagina. Entre mulheres, especialmente.
Desesperadas, compulsivas e alucinadas, vamos às compras e muitas vezes adquirimos roupas, acessórios e coisinhas que nunca usaremos. Ou é aquela roupa que está super em conta, ou uma calça bonita – de tamanho menor do que o nosso – mas que juramos irá servir um dia ou apenas um artigo que uma amiga está vendendo, achamos bonitinho e terminamos comprando.
Rachel Botsman
É, mulheres uni-vos! Para esses momentos de arroubos, existe agora o consumo colaborativo. É uma idéia simples: o que é meu é seu, como diz Rachel Botsman, a maior especialista dos Estados Unidos em consumo colaborativo, em seu livro lançado nos Estados Unidos e que trata dessa onda colaborativa.
É verdade! Para quê guardar se você poder passar adiante? É só seguir algumas regrinhas básicas:
- há quanto tempo você não usa aquela roupa, artigo, bijuteria, objeto?
- Por que ele está guardado?
Se a sua resposta superar um ano. Passe adiante!
Não adianta guardar. Você nunca mais usará aquela roupa. Ela está guardada, mofando, ocupando espaço no seu armário e empacando a energia. Sim, porque isso também acontece: objeto guardado é energia represada. Sendo assim, mãos á obra. Vamos trocar, passar adiante e até vender nossas cositas usadas ou não, mas certamente esquecidas. Quer um começo: entre no site Troca Troca Brasília e comece a compartilhar suas coisas. É muito bom.
Essa semana, troquei um vestido e um casaco de linha por três vestidinhos estilo tarde de sábado e três blusas com a Ana Paula do Anita Brechó. De quebra, comprei uma sandália super linda por trinta reais do Cantinho do Desapego. Voltei para casa super feliz.

Sandália super fofa de 30 reais
Abaixo, a dica de dois lugares onde você pode encontrar endereços de sites interessantes para trocar, comprar barato, compartilhar etc


Busca Brechó - contém lista de brechós de todo o Brasil

Veja matéria do Bom Dia DF sobre o assunto:
Na matéria, falo sobre meu blog.

terça-feira, 17 de maio de 2011

ULTIMA FLOR DO LÁCIO, Olavo Bilac - "Amo-te assim, inculta e bela/ desconhecida e obscura/ ó rude e doloroso idioma!"

Redação Café & Veneno

Pra quem nunca leu ou pra quem leu, já decorou e tem saudades do poema nesses dias que a Lingua Pátria está em pauta:  


  

Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura;
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "Meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!

Não brigo com a insônia, aproveito até pra arrumar guarda-roupa...

Por Cris Lopes
Acordei tarde depois de uma noite de insônia. Peguei no sono por volta de três da manhã. Ficar sem dormir não me angustia. Geralmente aproveito esse tempo para fazer alguma coisa útil, nem que seja arrumar guarda-roupa.  Parece coisa de doida, não é mesmo? Garanto que é melhor colocar coisas em ordem do que ficar rolando na cama em busca de um sono que não vem. Tenho um amigo que prefere se levantar, sair de casa na madrugada e realizar uma caminhada no Lago Sul. Depois de noventa minutos, retorna com o céu ainda escuro. Cada doido com sua mania.
Em frente ao Clube Militar, Rio
Depois de um café da manhã no capricho, também fui caminhar, mas na trilha Cláudio Coutinho e depois tomar um banho de mar. Era o meu plano, a princípio. Caminhar, tomar um banho rápido de mar e voltar para casa. No meio do passeio, recebi um telefonema de amigos de Fortaleza me avisando que estavam no Rio. Não deu outra, marquei encontro ali mesmo, na Praia Vermelha, no restaurante do Clube Militar, assim poderia aproveitar mais um pouco a minha caminhada.

Como é bom encontrar amigos que não vemos há mais de um ano! Adoro Lucineide e Valter, a bem da verdade, amo a família inteira e temos encontro marcado todos os anos. Este ano teremos mais um, a menina Fabíola vai se casar e no Ceará. Estarei.
Acertei em cheio no lugar para o almoço. Restaurante descontraído, com uma boa parte do salão ao ar livre, mais a surpreendente vista para o mar e montanhas, além dos barcos dos pescadores. A escolha agradou e me deixou feliz. Eu havia pensando no Bar da Amanda (por ser mais descontraído) e agora virou point gay feminino. Mas, mesmo que eu não o queira, excessos de carinho entre meninas me incomodam um pouco.  Não estou dizendo que deixarei de frequentar aquele bar e comer a sardinha preferida. Apenas diminuirei a frequência.
Praia Vermelha, Rio...
O almoço foi delicioso. Comemos polvo no vinagrette. Eu pedi linguado com alcaparras e os amigos foram de salmão. Depois do almoço e de muita conversa, resolvemos que a sobremesa seria aqui em casa, já que Valter e eu somos da turma dos diabéticos. Como havia docinhos diet em casa... Viemos caminhando aproveitando a excelente temperatura, o sol e o passeio pelo bairro.
Agora, mudando de conversa, deixo um recadinho para uma mulher de luta: Amiga, Jesus, parabéns. Perdoe-me por não ter ido à sua colação. Admiro demais uma mulher que, depois de lutar de todas as maneiras, criou com sucesso os filhos e, depois dos sessenta anos, enfrentou um vestibular, realizou um sonho e colou grau na UnB junto com o filho caçula. Sei que fui bem representada em sua festa.

domingo, 15 de maio de 2011

Para Memélia, cozinhar é liturgia, celebração!

Por Clara Favilla

Cai a tarde na Chácara da Porteira, em Brasília. Um pedaço do paraíso no final do Lago Sul, resultado do trabalho de uma vida da amiga querida, Ruth Scaff. O filho Daniel trata, agora, de fazê-lo rentável por meio de uma produção de orgânicos, hortaliças e legumes.

Foi um sábado delicioso com a turma do Café & Veneno e aderentes, nutrido pela mão poderosa da amiga Memélia no manejo das panelas. Foi um ensaio de despedida, a amiga retorna ao lar nos Estados Unidos. Mora em Orlando, num condomínio bem entre as "franjas da Minie", como definiu Ascanio Seleme e gosto de repetir.

Antes, faz palestra na PUC de Campinas, testemunha que foi de primeiros contatos com povos indígenas. Memélia andou a região do Araguaia a pé. Recita de cor nomes de rios, igarapés, pequenas cidades e povoados. Foi uma honra e uma benção tê-la tão intensamente conosco por mais de dois meses.

A dona do paraíso: Ruth, o filho Daniel e netos

A brisa de outono, no fim de tarde, prenuncia o friozinho da noite.  Daniel traz a sobremesa e o café para a varanda. O papo corre solto. Bem alimentados e nutridos na carne e espírito parece que ninguém quer ir embora. Aproveito para fazer mais uma caminhada em volta da casa e me colocar em estado de admiração com tudo o que é delicado e exuberante na natureza.

Quanta exuberância!
Encontrei vários pés de algodão
Delícia para passarinhos
Fartura de mamões

Flores abertas e em botões
Pássaro solitário
Delicadeza em lilás

Ruth, eu, Mariazinha e a estrela do almoço: Memélia

Daniel e Mariazinha

Olhá lá! Uma fogueira pronta para ser acesa!
Ô coisa  boa! Milho e maxixe...
Ricardo caprichou no pratinho
Cozido é comida agregadora, diz Memélia.
A costelinha trazida pronta por Mariazinha

No Cozidão, itens podem ser escolhidos,o que agrada a todos
O Cozidão maravilhoso foi um presente da Memélia aos amigos do Café & Veneno. Os preparativos para o almoço deste sábado começaram na tarde da sexta-feira, quando fui buscá-la na livraria Cultura da CasaPark, onde ela achou quase todos os livros que precisava sobre Mitologia.

Passamos no supermercado para comprar carnes e itens não produzidos na Chácara da Porteira. É uma delícia ver a paciência, o cuidado e o desvelo de Memélia no preparo de tudo que se propõe a fazer. Não rola nenhum stress e tudo funciona nos mínimos detalhes. Logo que chegamos em casa, carnes foram preparadas, temperadas, embaladas e colocadas na geladeira. Depois disso, ficamos conversando até quase três da manha.

Claro que acordamos tarde, mas em instantes tudo estava devidamente acomodado no porta-mala do carro. Confesso que sou um desastre nessas arrumações! Quando chegamos à casa da Ruth, precisam ver a felicidade de Memélia ao encontrar panelas de barro e de ferro, suas preferidas.

Enquanto o Cozidão ainda borbulhava e espalhava a coletânea de aromas que lhe é próprio, Memélia controlava a ansiedade de todos, colocando a nossa disposição parte da carne que ia ficando pronta e  banana frita. Isso mais as entradas e os pães especiais encomendados pela Ruth deixoram a espera pelo prato principal bem divertida e confortável.Um verdadeiro ritual, celebração!

Ricardo e Mariazinha: amigos pra sempre

Momento fofo!
A cozinha é sempre o melhor lugar das nossas reuniões
Nesta foto a Katita, que foi embora mais cedo

Muito carinho entre pães, frutas, verduras e legumes

Fotos acima foram feitas enquanto o cozido ficava no ponto
A primeira foto do dia.  Este post foi feito do fim pro começo, como as fotos saíram postadas. Era para ser o contrário. Mas daria muito trabalho inverter a ordem. Então, o texto se ajustou às imagens. Até o próximo encontro!