Minha amiga, Angela Coronel casou-se, pela primeira vez, aos 21 anos. Olhando assim é uma noiva bem normal, não é mesmo? Apenas substituiu o véu por um chapéu. |
Aqui um espantoso recato. |
A moça passa o dia todo se aprontando. E, agora, o moço também. Um amiguinho meu disse que ficou tão atônito com os serviços prestados que até deixou que lhe fizessem a sobrancelha e depilassem o tórax. Passou a lua-de-mel rindo de si mesmo.
Mas aqui vemos que é uma noiva nada convencional. Não se casou na Igreja, só no civil e de mini-saia. |
Os jovens estão caretas demais para nós que nos casamos na década de 70. Casamentos na Igreja, então, eram verdadeiros sacrifícios para atendermos a vontade dos pais e avós. E quando cedíamos, tratávamos de nos vestir o mais simples possível. Uma amiga minha casou-se de vermelho. É bem verdade que só no civil.
Outra amiga, comprou um vestido branco desses de se usar no Ano-Novo e se casou, na Igreja, de sandália rasteirinha. e estava linda. Também me casei na igreja e de branco. Mas eu mesma comprei com minha mãe os tecidos: organza e renda. O único enfeite era um caminho de pequenos botões na abertura das costas. Nada de véu e grinalda. Só algumas flores nos cabelos.
Nada de frusfrus e ela está linda! |
No meu casamento, meu irmão foi o DJ. A festa foi no próprio apartamento onde eu morava com minha família. E dançamos até de madrugada.
Quando eu vejo minhas jovens amigas gastando pequenas fortunas com bufê, cerimonial, flores, vestido, salões de festa, realmente não me conformo. Sim, é bonito. Mas do outro jeito também era. É um dia especial. Sim, é. Mas tá tudo muito boliudiano demais. É preciso mesmo que os noivos desçam ao salão de festas num elevador faiscante?
A madrinha foi Marisa Raja Gabaglia, colega de Ângela em O Globo, Rio |
As festas de casamentos estão cheias de efeitos especiais. E a maioria deles bastante bregas. Nosso jeito de casar, nas décadas de 70 e 80 combinava com nosso jeito de ser e de encarar nossa vida, o futuro. Hoje as festas estão todas parecidas sejam os noivos de classe média, média alta ou rica. Tudo assim meio Revista Caras.
Fui a um casamento que cantores e bandas se alternavam. Foi servido coquetel, jantar, mesas de sobremesas, novamente café e doces e quem varou a madrugada saiu de café da manhã tomado. Vivemos tempos de exageros.
Marisa arrasou nesse mini vestido! |
Entendo que casamentos não deveriam custar nem a entrada de uma apartamento, quanto mais um apartamento inteiro ou vários. Minha avó diria que gastos assim são desperdícios. Um verdadeiro pecado. Mas há uma luz no fim do túnel. Comprei uma revista de decoração semana passada que vinha com um artigo bem interessante: o chique é cerimônia e festa em casa, na presença da família e dos amigos mais chegados. Viva!!!
É a sociedade-espetáculo. Casamento obrigatoriamente virou show. Tudo em nome do efêmero. Todos acreditam que, pelo menos por algumas horas, se igualam a príncipes e princesas, gente do show-biz. Ultrapassam os linites do ridículo.
ResponderExcluirExcelente tema escolhido para o post. Vale até uma discussão mais alingada.
Memélia
Concordo em gênero, número e grau e assino também o comentário da Memélia. Menos é mais e ostentação é pura babaquice. Leda
ResponderExcluirMeu casamento também foi bem simples e só no civil. O da minha irmã caçula, mais simples ainda. Os noivos receberam o diploma (não houve festa de formatura) e em seguida foram para o casamento. Todos de jeans e felizes. Acho um absurdo as festas de hoje. Tenho visto casamentos onde os pais da noiva gastam pequenas fortunas que muitas vezes não possuem.
ResponderExcluirParece que todas nos casamos com mais simplicidade. Os tempos mudaram. Até aniversário de criança agora é festão e custa uma fortuna.
ResponderExcluirE as formaturas de criancinhas na creche, no pré... fortunas!
ResponderExcluirMárcia Brandão
Tem mais essa que a Márcia Brandão citou. Espero que minha filha não endoide querendo um casamento de luxo, porque não vai ter.
ResponderExcluirCarmem
Adorei os comentários.
ResponderExcluirBeijos a todos
Clara
Acho que cada vez mais meninas ou mesmo mães desejam casamentos de princesas, mesmo que isso signifique uma dívida que dura mais que o casamento.
ResponderExcluirVera
Esqueci de dizer que o post da Vera foi transmitido por mim, pois ela me enviou por e-mail. Como sabem, faço a divulgação.rs
ResponderExcluirClara querida,
ResponderExcluirSó hoje li o post.Me deu vontade de contar mais um pedacinho do casório. Foi no Clube Piraquê, pela manhã. Um vizinho me deu carona pra chegar lá( os parentes foram antes. Quando percebi que estava na hora de ir, vi que não tinha grana pro taxi). No meio do caminho me dei conta de que também não tinha pensado no buquê. Paramos no primeiro florista do Leblon, onde ganhei, do vizinho, um maço de margaridas, que a vendedora fez a gentileza de envolver em....papel de alumíno!!! Lá fui eu, feliz da vida, encontrar meu noivo e os amigos que se dispuseram a acordar mais cedo(era mais barato o aluguel do salão). A festa foi de uma alegria só, cheia de amores e gargalhadas. Não teve lista de presentes( alguns chegaram com uma lembrança nas mãos) nem convite.Só um aviso( no quadro que ficava no cafezinho da redação) para os amigos.Os parentes foi na base do boca-a-boca. Consegui conversar com cada um dos que foram,receber beijos e abraços. E, por incrível que pareça, apareceu até uma freirinha, da família do ex, que ,precariamente, com uma oração, abençoou as alianças. Acho que acabei influenciando as mulheres da família. Não houve uma sequer que tenha casado com pompa e circunstância. Uma optou por simplesmente se mudar para outra casa, outra fez uma feijoada regada a roda de chorinho, outra casou com um traje chinês original, que eu tinha acabado de trazer da China. E por aí foi. São todas mulheres independentes que hoje, separadas ou juntas com seus pares originais, levam a vida com prazer. Obrigada, Clara, por me fazer lembrar de tanta coisa. bjs Angela Coronel
p.s O único problema é que terei que postar como anônimo. Não consigo descobrir como se faz pra assinar o post.
Quando eu me casar quero tudo que tenho direito. Não me conformaria com um casamento simples.
ResponderExcluirConheço uma pessoa que há mais de 15 anos gastou no casamento da filha nada menos que 20 mil reais...
ResponderExcluirConfesso que fiz um casamento maravilhoso para minha filha e, que na verdade, eu estava fazendo o casamento que eu queria ter tido. O meu foi na igreja, vestido de noiva e festa em casa e eu queria mais, muito mais.
ResponderExcluirAdorei o texto e refleti sobre meu casamento que está próximo.
ResponderExcluirEtienne
Tenha certeza Etienne,
ResponderExcluirquanto menos você gastar e ostentar, mais lindo teu casamento será.
Beijos