domingo, 21 de abril de 2013

Silêncio que sustenta o mundo


Por Clara Favilla 
No campo de concentração de minha infância tem um jardim, um pássaro que me visita e um sapo que me conta histórias. 
Durmo em travesseiros de ervas perfumadas e retratos dos mortos da família velam meu sono. 
Uma mulher senta-se aos pés de minha cama e me protege, à noite, dos torturadores, num embalo de que é a vida é assim. É assim. Assim mesmo.
A lua entra pela janela entreaberta e anjos me visitam. 
O vento sussurra histórias de Mil e Uma Noites, Tesouro da Juventude, verbetes da Enciclopédia Britânica. 
Histórias celestes, humanas, minerais, histórias animais e vegetais que alimentam e fazem crescer meu amor sem medidas por mapas, rios, mares, florestas, cidades, montanhas desenhadas em papel; pelos astros, paisagens longínquas.
Meu amor pelo silêncio que sustenta o mundo e que o coração reconhece e chama de eterno. 

3 comentários:

  1. Clara, seu texto é lindo, poético, gostoso de ler e mais, me leva a infância. Vou divulgar. Temos algo em comum, o amor pelo silêncio tão necessário em minha vida. Beijos.

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  2. Recebi por e-mail da Cris Lopes. Adorei. Que bom poder ler o blog de novo.
    Ana Carla

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  3. Olhem que lindo "Meu amor pelo silêncio que sustenta o mundo e que o coração reconhece e chama de eterno".

    Sandra Maria de Souza

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