Por Clara Favilla
No
campo de concentração de minha infância tem um jardim, um pássaro
que me visita e um sapo que me conta histórias.
Durmo em
travesseiros de ervas perfumadas e retratos dos mortos da família
velam meu sono.
Uma mulher senta-se aos pés de minha cama e me
protege, à noite, dos torturadores, num embalo de que é a vida é
assim. É assim. Assim mesmo.
A
lua entra pela janela entreaberta e anjos me visitam.
O vento
sussurra histórias de Mil e Uma Noites, Tesouro da Juventude,
verbetes da Enciclopédia Britânica.
Histórias celestes, humanas,
minerais, histórias animais e vegetais que alimentam e fazem crescer
meu amor sem medidas por mapas, rios, mares, florestas, cidades, montanhas desenhadas em papel; pelos astros, paisagens
longínquas.
Meu amor pelo silêncio que sustenta o mundo e que o coração
reconhece e chama de eterno.
Clara, seu texto é lindo, poético, gostoso de ler e mais, me leva a infância. Vou divulgar. Temos algo em comum, o amor pelo silêncio tão necessário em minha vida. Beijos.
ResponderExcluirRecebi por e-mail da Cris Lopes. Adorei. Que bom poder ler o blog de novo.
ResponderExcluirAna Carla
Olhem que lindo "Meu amor pelo silêncio que sustenta o mundo e que o coração reconhece e chama de eterno".
ResponderExcluirSandra Maria de Souza